O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, comprometeu-se a reformar essa instância que administra parcialmente a Cisjordânia ocupada, depois de se reunir com o líder nesta quarta-feira (10) em Ramallah.
Blinken disse à imprensa que os dois falaram durante o encontro "sobre a importância da reforma da Autoridade Palestina, de sua política e de sua governança para que possa assumir de forma eficaz a responsabilidade de Gaza, e que Gaza e Cisjordânia possam ser reunificadas sob uma direção palestina".
Em 2006, o movimento islamista palestino Hamas venceu as eleições palestinas e um ano depois assumiu o poder em Gaza, após confrontos violentos com o Fatah, partido de Abbas, que levaram à expulsão da Autoridade Palestina da Faixa.
"Não quero falar em nome do presidente Abbas, mas acho que o que levo deste encontro é que [Abbas] se comprometeu com isso e está preparado para avançar", declarou o secretário de Estado à AFP, ao responder a uma pergunta sobre o compromisso de Abbas em reformar a Autoridade Palestina.
"Para mim, está muito claro que o presidente Abbas está disposto a avançar e a se comprometer em todos estes esforços", acrescentou.
Blinken insistiu no "importante trabalho que deve ser feito para ajudar Gaza a se levantar e nos esforços que os países da região estão manifestamente dispostos a fazer".
O chefe da diplomacia americano fez estas declarações em Manama, capital do Bahrein, para onde viajou no âmbito de um giro regional que o levou anteriormente a Israel e à Cisjordânia ocupada, onde se reuniu com Abbas.
No Bahrein, ele tem previsto se reunir com o rei Hamad bin Isa Al Jalifa.
Blinken busca com sua viagem evitar que a guerra entre Israel e Hamas se propague pela região, onde o movimento islamista tem vários aliados.
Ele acusou o Irã de estar por trás da onda de ataques executados por rebeldes iemenitas huthis contra embarcações no Mar Vermelho, em solidariedade ao Hamas.
"Estes ataques contaram com a cumplicidade do Irã mediante tecnologia, equipamentos, Inteligência, informação e têm um impacto real na vida das pessoas", destacou Blinken em declarações à imprensa.
A guerra entre Israel e Hamas teve início com a incursão, em 7 de outubro, de milicianos islamistas, que deixaram cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, no sul de Israel.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar que, segundo o ministério da Saúde do Hamas, deixou até o momento mais de 23.350 mortos no território palestino.
* AFP