A trégua entre Israel e Hamas foi prorrogada para permitir a libertação de mais reféns israelenses e detentos palestinos, assim como a entrada de ajuda adicional na Faixa de Gaza, onde a situação humanitária é considerada "catastrófica". A imprensa israelense informou que o governo do país já recebeu a lista com os nomes dos 10 reféns que o grupo islamista pretende liberar durante esta terça-feira (28), mas não revelou suas identidades.
Em vigor desde a madrugada de sexta-feira (24), o acordo negociado pelo Catar, com apoio do Egito e dos Estados Unidos, permitiu até o momento a libertação de 50 reféns que estavam sob poder do Hamas na Faixa de Gaza e de 150 palestinos presos em Israel. Além disso, outros 19 reféns, em sua maioria trabalhadores estrangeiros em Israel, foram libertados pelo Hamas à margem do acordo que, inicialmente, teria duração de quatro dias, até a madrugada desta terça.
Poucas horas antes do fim do prazo, Estados Unidos e Catar anunciaram a extensão da trégua por mais dois dias, até a quinta-feira (30). No prazo adicional devem ser libertados quase 20 reféns e 60 presos palestinos.
"As partes palestina e israelense alcançaram um acordo para prolongar a pausa humanitária em Gaza por mais dois dias", anunciou em um comunicado o porta-voz da diplomacia do Catar, Majed al Ansari.
Durante a noite de segunda-feira, 11 reféns israelenses foram libertados na Faixa de Gaza. Pouco depois, Israel libertou 33 palestinos de suas prisões.
Antes da extensão da trégua, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aprovou a inclusão de "50 prisioneiros" na lista de pessoas que podem ser liberadas, entre elas Ahed Tamimi, uma jovem que virou símbolo da causa palestina.
Os mediadores trabalham para prolongar a trégua além das 48 horas adicionais. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, viajará no fim de semana para Israel e Cisjordânia ocupada para reuniões com Netanyahu e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
Israel iniciou a ofensiva contra a Faixa de Gaza após o ataque do Hamas em 7 de outubro, quando 1.200 pessoas foram assassinadas por combatentes islamistas e outras 240 foram sequestradas, segundo as autoridades israelenses. Entre os mortos estão mais de 300 militares ou integrantes das forças de segurança.
Em Gaza, alvo de bombardeios incessantes e de uma ofensiva terrestre desde 27 de outubro, a operação israelense deixou 14.854 mortos, incluindo 6.150 menores de idade, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
A extensão da trégua deve permitir a entrada de mais caminhões com ajuda para a Faixa de Gaza, cercada e devastada por sete semanas de ofensiva israelense.
"A situação humanitária em Gaza continua sendo catastrófica e o território precisa da entrada urgente de ajuda adicional de forma fluida, previsível e contínua para aliviar o sofrimento insuportável dos palestinos em Gaza", afirmou o emissário da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland.
Mais de metade das residências do território foi danificada ou destruída pela guerra, que provocou o deslocamento de 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes, segundo a ONU.