A França se despediu nesta quinta-feira (19), com um emocionado funeral em Arras (norte), sob fortes medidas de segurança, do professor assassinado em um ataque islamita, a quem foi concedida a alta distinção nacional Legião de Honra.
A morte na sexta-feira de Dominique Bernard, de 57 anos, chocou a França e trouxe de volta a lembrança do assassinato, em 2020, do também professor Samuel Paty, decapitado por um jihadista no noroeste de Paris.
"Sensível e discreto, ele não gostava do barulho e da fúria do mundo. Amava profundamente suas filhas, sua mãe e sua irmã. Nós o amávamos", declarou a esposa de Bernard, Isabelle, na cerimônia na Catedral de Arras.
Entre os mil participantes, estava o presidente Emmanuel Macron, que horas antes concedeu ao professor a Legião de Honra, na categoria de cavaleiro, segundo um decreto publicado no Diário Oficial.
A Justiça ordenou a prisão preventiva do autor do ataque, Mohammed Mogouchkov - um russo de 20 anos fichado por radicalização - por homicídio, em relação a uma empresa terrorista, entre outros.
"Colocando-se à frente, sem dúvida salvou muitas vidas", disse o presidente no dia do atentado.
Na cerimônia fúnebre, Macron estava acompanhado de sua esposa, Brigitte Macron, e do ministro da Educação, Gabriel Attal.
As autoridades aumentaram o nível de alerta na França para "emergência de atentado" após sua morte e, desde então, multiplicaram-se os avisos de bomba que levaram à evacuação de museus e aeroportos por questões de segurança.
A despedida do professor por parte de seus conhecidos em Arras foi emocionante. Quase 30 funcionários da escola em que trabalhava receberam o caixão em sua chegada à catedral e depositaram flores.
"Ele era amável e apaixonado. Gostava de nos ajudar a descobrir a literatura e sempre contava anedotas sobre os autores que apresentava", disse Maxime, um de seus ex-alunos, com a voz embargada, enquanto acompanhava a cerimônia em um telão instalado no centro da cidade.
* AFP