A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) denunciou nesta quinta-feira (20) que ainda não conseguiu inspecionar o telhado da usina nuclear de Zaporizhzhia, onde a Ucrânia suspeita que as forças russas, que ocupam o local, tenham colocado minas ou explosivos.
Os especialistas da agência da ONU presentes no local "ainda estão esperando para obter acesso ao telhado dos prédios do reator", disse o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, em um comunicado.
No início de julho, a Ucrânia acusou Moscou de orquestrar uma "provocação" ao colocar "objetos semelhantes a artefatos explosivos" nos telhados dos reatores 3 e 4.
O Kremlin, por sua vez, alertou que um possível "ato subversivo" ucraniano poderia ter "consequências catastróficas".
Diante da troca de acusações, a AIEA pediu para acessar os telhados dos reatores em questão e "verificar os fatos no terreno" de forma "independente e objetiva".
Grossi afirmou, posteriormente, que havia registrado "avanços" e que sua equipe conseguiu acessar os tanques de resfriamento de combustível, mas que ainda não tiveram permissão para verificar os telhados desde que a solicitaram há quase duas semanas.
Até o momento, as inspeções realizadas não detectaram nenhum "vestígio de minas ou explosivos", disse a AIEA, aludindo a um contexto "volátil" em termos de segurança na região, "localizada na linha da frente do conflito".
A usina de Zaporizhzhia, a maior da Europa, está sob controle russo desde 4 de março de 2022 e tem sido alvo de disparos e cortes de energia, um cenário instável que aumenta o temor de um acidente nuclear de grandes proporções.
* AFP