O Irã aumentou claramente suas reservas de urânio enriquecido nos últimos meses, embora continue negando a intenção de querer se dotar de bomba atômica, conforme relatório confidencial da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) consultado nesta quarta-feira (31).
A agência da ONU notou, porém, os "avanços" na cooperação e decidiu encerrar o processo sobre a presença de material nuclear em um dos três sítios não declarados. O tema pesava, há anos, sobre as relações entre a AIEA e o governo iraniano.
No ano passado, as relações entre o Irã e as grandes potências ocidentais se deterioraram. Nesse contexto, a República Islâmica limitou suas comunicações com a AIEA e desligou as câmeras de segurança das instalações.
Além disso, continuou a descumprir os compromissos assumidos no acordo internacional de 2015, após a saída unilateral dos Estados Unidos, em 2018, do referido pacto.
Suas reservas de urânio enriquecido já estão mais de 23 vezes acima do limite autorizado. Em 13 de maio, atingiram 4.744,5 kg, ante os 3.760,8 kg registrados em outubro, conforme relatório apresentado aos Estados-membros dias antes da reunião do Conselho de Governadores da AIEA.
O Irã continua enriquecendo urânio a níveis elevados, acima do limite estabelecido (3,67%). Tem 470,9 kg enriquecidos a 20% (contra os 434,7 kg até então) e 114,1 kg enriquecidos a 60% (contra os 87,5 kg registrados em outubro).
Sobre o sítio de Marivan, no sul do Irã, a AIEA indicou que Teerã havia-lhe comunicado "explicações plausíveis" e que a organização "não tem mais questões" sobre esse assunto, "considerado como solucionado no momento".
* AFP