Os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do Equador, Guillermo Lasso, lideraram um gabinete conjunto, na terça-feira (31), em que decidiram criar um conselho para combater delitos ambientais e o crime organizado.
— Decidimos implementar um conselho binacional contra os crimes ambientais, que se reunirá a cada seis meses. Lutaremos juntos contra este flagelo — declarou Lasso na companhia de seu homólogo colombiano, da cidade fronteiriça de Tulcán.
O governante equatoriano também destacou que "a segurança e a luta contra o crime são uma coincidência entre o Equador e a Colômbia", que compartilham uma fronteira porosa de cerca de 600 quilômetros, do Oceano Pacífico à floresta amazônica. Operam nessa área traficantes de drogas, grupos armados ilegais e contrabandistas de armas. Além disso, são numerosas as travessias clandestinas de migrantes.
No início do encontro, Lasso alertou que "um dos principais desafios da relação bilateral é a cooperação em matéria de segurança" para combater "fenômenos como o crime organizado, o tráfico ilícito de drogas e crimes conexos".
O Equador encara a violência do narcotráfico, que disputa espaços de poder nas ruas e prisões do país, enquanto a vizinha Colômbia é a maior produtora de cocaína do mundo. Guerrilheiros, narcotraficantes, paramilitares e agentes do Estado se enfrentam em meio ao prolongado conflito colombiano que já fez mais de 9 milhões de vítimas.
E no Equador, conforme o tráfico cresce (200 toneladas de drogas apreendidas em 2022), a violência aumenta. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes quase dobrou, passando de 14 em 2021 para 25 em 2022.
Por outro lado, Petro ressaltou anteriormente que a região tem "o maior potencial de energia limpa do mundo" e fez um apelo a Lasso para desenvolver acordos que protejam a floresta e o oceano.
— A Colômbia e o Equador podem ser um eixo fundamental do planeta, da geopolítica, mas em última instância da vida e da existência humana — disse o líder colombiano, que também falou da necessidade de "integração energética".
Os presidentes também abordaram temas como a ampliação da estrada que liga o Equador às cidades colombianas de Cali e Popayán, no sul do país.