Belarus só lutará ao lado das forças russas contra a Ucrânia se o país for atacado, afirmou, nesta quinta-feira (16), o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, durante raro encontro com a imprensa estrangeira em Minsk.
— Estou pronto para lutar com os russos a partir do território de Belarus apenas em um caso: se um soldado (da Ucrânia) entrar no nosso território com uma arma para matar meu povo — disse Lukashenko. — Isto não se aplica apenas à Ucrânia, mas também a todos os demais vizinhos — acrescentou Lukashenko.
— Caso ataquem Belarus, as represálias serão as mais cruéis. As mais cruéis! E então a guerra terá um caráter completamente distinto — advertiu.
Belarus serve como base de retaguarda da ofensiva russa contra a Ucrânia, que começou há um ano. Os soldados e equipamentos russos continuam no país.
De acordo com vários analistas, o Kremlin está pressionando Lukashenko para que ordene a entrada de seu exército na ofensiva. Mas o líder bielorrusso até agora se negou a tomar a medida, apesar de sua grande dependência política e econômica de Moscou, em particular desde 2020, quando aconteceu um grande movimento de protesto.
O presidente bielorrusso anunciou que conversará na sexta-feira (17) com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Em outubro, Belarus e Rússia anunciaram a criação de uma força militar conjunta com uma missão, segundo Minsk, apenas "defensiva". Os dois países organizam exercícios militares conjuntos com frequência, o que alimenta as especulações de que o exército bielorrusso poderia participar na ofensiva na Ucrânia.