O enviado dos EUA para o clima, John Kerry, disse nesta quarta-feira(2) que espera mais ações do México e do próximo governo do Brasil, aumentando as esperanças de progredir na cúpula deste mês no Egito.
Kerry também deu sua indicação mais forte até agora de que os Estados Unidos estão dispostos a se comprometer a compensar as nações pobres duramente atingidas pelas mudanças climáticas, um importante item da agenda da COP27.
No Brasil, onde a Amazônia desempenha um papel vital na compensação das emissões de carbono do planeta, o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva venceu a eleição de domingo contra Jair Bolsonaro, um aliado do agronegócio.
Em seu discurso de vitória, Lula prometeu trabalhar pelo desmatamento zero.
"O presidente eleito Lula está comprometido", disse Kerry a jornalistas em Washington, apontando para os esforços ambientais de Lula como presidente na primeira década do século.
"Agora espero que possamos refinar esse programa e avançar ainda mais rapidamente com as reformas necessárias para tentar salvar a Amazônia", disse Kerry.
"Sob o governo Bolsonaro, infelizmente, o nível de desmatamento aumentou na Amazônia e hoje está em níveis altos e perigosos", acrescentou.
Kerry insistiu que não está alheio às preocupações econômicas em todo o mundo, inclusive no Brasil, a maior economia da América Latina, observando que muitos moradores da Amazônia vivem da pecuária e do corte de árvores.
"Nós, no resto do mundo, teremos que reconhecer que, se vamos valorizar esta grande floresta, temos que ajudá-los a preservá-la", disse ele.
Kerry, ex-secretário de Estado e arquiteto-chave do acordo de Paris de 2015, viajou pelo mundo novamente em seu papel para o clima, visitando recentemente o México como parte dos esforços para mobilizar ações antes da COP27.
Ele disse esperar que mais países aumentem suas ambições nos próximos dias por meio das chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas, planos que apresentam sob o acordo de Paris.
"Teremos um anúncio importante, que o presidente (Andrés Manuel) López Obrador aceitou, sobre o que o México vai fazer agora", disse Kerry.
* AFP