O partido centrista do primeiro-ministro Krisjanis Karins venceu as eleições legislativas de sábado na Letônia, de acordo com os resultados definitivos, enquanto os partidos próximos à minoria russa saíram debilitados.
O partido Nova Unidade de Karins obteve 18,97% dos votos e se tornou a maior força parlamentar, com 26 deputados, segundo a comissão eleitoral central.
Os resultados das eleições, realizadas no contexto da invasão russa da Ucrânia, aumentam as chances de Karins ser indicado pelo presidente Egils Levits para formar o próximo governo de coalizão.
Este país báltico de 1,8 milhão de habitantes é membro da União Europeia e da Otan.
"Acho que a guerra na Ucrânia desempenhou um grande papel em favor do senhor Karins e da Nova Unidade, porque eles são muito fortes nas relações exteriores, o que é muito importante para a Letônia do ponto de vista da segurança nacional", disse à AFP o cientista político Filips Rajevskis.
No total, sete partidos estarão presentes no parlamento unicameral, que tem 100 cadeiras.
Dois deles, a Lista Unificada (verdes e partidos regionais, centristas, 11,01%, 15 deputados) e a Aliança Nacional (centro-direita, 9,29%, 13 deputados) parecem bem posicionados para se juntar à Nova Unidade em uma coalizão que têm uma maioria de 54 deputados.
Apenas um partido apoiado pela minoria de língua russa, o "Estabilidade!", supera o limite de 5% de elegibilidade com 6,80%, conseguindo 11 mandatos de deputado.
Por sua vez, o outrora poderoso partido histórico da minoria russa, Harmonia, permanece fora do parlamento com 4,81%, assim como a União Russa da Letônia (pró-Kremlin, 3,62%).
A União de Verdes e Camponeses (centrista e social-democrata), que está em segundo lugar com 12,44% e 16 deputados, não é considerada por Karins como um potencial aliado.
"A Nova Unidade não entrará em coalizão com partidos que buscam sua liderança política na Rússia, nem colaboraremos com a União de Verdes e Camponeses. Há outras opções em aberto", disse ele à televisão pública LTV1.
Dois outros partidos, os Progressistas (esquerda social-democrata) e Letônia Primeiro (populista) terão dez e nove deputados, respectivamente.
Sobre a possível ameaça russa, Karins disse à AFP: "Nem eu, nem meu governo, nem meu país reagimos por medo (...) Continuaremos investindo em nossa própria defesa como Estado-membro da Otan".
Os resultados eleitorais confirmaram o declínio do partido social-democrata Harmonia, próximo da minoria de língua russa (30% da população).
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* AFP