Novos atos de violência e saques eclodiram nesta sexta-feira em várias cidades do Haiti, após a decisão do governo de aumentar os preços dos combustíveis, com manifestantes chegando a saquear um armazém do Programa Mundial de Alimentos da ONU (PAM).
O depósito do PMA localizado em Gonaïves, terceira maior cidade do país, que continha 1.400 toneladas de alimentos, foi atacado hoje por manifestantes, enquanto havia demonstrações de raiva nas ruas da capital, Porto Príncipe, e em outras cidades.
Em comunicado divulgado hoje, o PMA condenou o ataque e informou que os alimentos se destinavam a programas de alimentação escolar e às famílias e crianças mais vulneráveis do país, mergulhado em uma crise. "É simplesmente inaceitável. Os alimentos saqueados alimentariam quase 100 mil estudantes até o fim do ano", criticou Jean-Martin Bauer, diretor do PMA no Haiti.
Outros saques foram reportados em Gonaïves e Saint Marc, no departamento de Artibonite. Segundo o jornal "Le Nouvelliste", as instalações do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops), escolas religiosas, uma universidade pública e empresas foram vandalizadas e saqueadas.
A capital haitiana registrou o quarto dia consecutivo de violência. Desde terça-feira, manifestantes atacam lojas e prédios de instituições públicas.
Em mensagem divulgada hoje, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres,disse disse que está preocupado com a situação no Haiti e pediu calma e moderação máxima, instando "todas as partes a tomarem medidas imediatas para diminuir a escalada a situação". Também pediu à Polícia do Haiti que proteja a população.
* AFP