A decisão da China de disparar mísseis ao redor de Taiwan precisa de uma resposta, afirmou um comandante militar americano em Singapura.
O Exército Popular da China executou grandes manobras marítimas e aéreas ao redor de Taiwan há duas semanas, com o lançamento de mísseis balísticos em águas próximas a seu território, em resposta à viagem da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.
A China considera Taiwan, com uma população de 23 milhões de habitantes, uma de suas províncias que ainda não conseguiu reunificar ao restante de seu território desde o final da guerra civil chinesa (1949).
"É muito importante que que respondamos a este tipo de ação", disse o vice-almirante da Sétima Frota dos Estados Unidos, Karl Thomas, à imprensa em Singapura.
"Se permitirmos que isto aconteça e não respondermos, isso será a norma depois", disse. "É irresponsável lançar mísseis sobre Taiwan em águas internacionais, onde operam rotas marítimas e a livre navegação", acrescentou.
A Sétima Frota tem base no Japão e constitui um elemento essencial da presença naval americana no Pacífico.
O vice-almirante Thomas traçou um paralelo entre a ameaça sobre Taiwan e o comportamento de Pequim no Mar da China Meridional, onde constrói há anos uma série de instalações militares sobre atóis dos quais reivindica a soberania quase completa.
"Se você não desafiar... de repente, pode acontecer como nas ilhas do Mar da China Meridional, que se tornaram postos militares avançados" de Pequim, disse.
"Agora são postos militares em pleno funcionamento que têm mísseis, grandes pistas, hangares, radares, postos de escuta", acrescentou.
A China anunciou na segunda-feira que organizou novas manobras militares ao redor de Taiwan, em resposta à chegada de cinco legisladores americanos à ilha no domingo.
O exército de Taiwan respondeu que realizaria um exercício aéreo na quarta-feira à noite na cidade costeira de Hualien.
Em outro movimento de pressão, Pequim sancionou sete altos funcionários de Taiwan (em sua maioria membros do Partido Democrático Progressista, no governo) por serem "separatistas intransigentes", segundo a agência oficial de notícias chinesa Xinhua.
* AFP