O exército russo acusou nesta sexta-feira (29) as tropas de Kiev de bombardear durante a noite uma prisão no Donbass, a área do leste da Ucrânia parcialmente controlada por separatistas pró-russos, matando 40 prisioneiros de guerra ucranianos.
O Ministério da Defesa russo disse, em nota, que os disparos de um sistema de artilharia Himars, entregues à Ucrânia pelos Estados Unidos, atingiram uma prisão na região de Donetsk, onde soldados ucranianos estavam presos.
Segundo o ministério, a prisão fica perto da cidade de Olenivka (chamada Elenovka em russo), a cerca de 30 quilômetros a sudoeste de Donetsk, capital de uma das regiões separatistas de mesmo nome.
"Esta provocação ultrajante visa assustar os soldados ucranianos e dissuadi-los de se render", disse o ministério.
A televisão pública russa transmitiu imagens de quartéis incendiados, sem mostrar nenhuma vítima. A AFP não conseguiu verificar essas declarações de forma independente.
O ministério especificou que a prisão abrigava, entre outros, membros do batalhão Azov, divisão que ganhou notoriedade por defender a cidade de Mariupol contra o avanço das tropas russas e que Moscou afirma ser uma formação neonazista.
Após semanas de cerco e resistência na siderúrgica Azovstal em Mariupol, cerca de 2,5 mil combatentes ucranianos se renderam em maio. As autoridades russas indicaram que eles seriam presos em Olenivka.
Ataque em ponto de ônibus
Pelo menos cinco pessoas morreram e sete ficaram feridas depois que um bombardeio russo atingiu um ponto de ônibus na região de Mykolaiv, no sul da Ucrânia, anunciou o governador regional nesta sexta-feira.
"Eles bombardearam (...) próximo a uma parada de transporte público. Doze pessoas estão no chão", disse Vitaly Kim no Telegram.
O governador mencionou inicialmente quatro mortos, mas depois indicou que o saldo era de cinco mortos e sete feridos. Kim acusou as forças russas de "bombardear a cidade durante o dia, quando todos estão começando suas ocupações".
Pelo menos oito pessoas morreram e outras 19 ficaram feridas nas últimas 24 horas na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, de acordo com relatórios da presidência ucraniana.