A Ucrânia poderia declarar neutralidade, potencialmente aceitando um acordo sobre áreas contestadas no leste do país, e oferecer garantias de segurança à Rússia para conseguir a paz "sem atraso", disse o presidente Volodimir Zelensky. A declaração é dada antes de negociações previstas para começar nesta terça-feira, mas o líder ucraniano disse que apenas um encontro dele com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, poderia encerrar a guerra.
Além de dar pistas sobre possíveis concessões, Zelensky enfatizou que a prioridade da Ucrânia é garantir sua soberania e a "integridade territorial", evitando que a Rússia anexe partes do país, algo que o governo ucraniano e o Ocidente dizem que poderia ser uma meta de Moscou.
— Garantias de segurança e neutralidade, status não nuclear de nosso Estado - estamos prontos a aceitar isso — afirmou Zelensky em entrevista a publicações independentes da imprensa russa.
A Rússia exige que a Ucrânia abandone qualquer pretensão de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), vista como uma ameaça por Moscou. Zelensky, por sua vez, enfatizou que a Ucrânia precisa de garantias de segurança ante qualquer acordo. Ao mesmo tempo, comentou que Putin precisaria ir até ele para um encontro, em uma entrevista que a Rússia vetou sua imprensa de publicar.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, disse hoje que os dois presidentes poderiam se reunir, mas apenas após os elementos principais de um potencial acordo terem sido negociados.
— A reunião é necessária uma vez que tenhamos clareza em relação às soluções em todos os pontos cruciais — disse o ministro, em entrevista à imprensa sérvia. Ele acusou a Ucrânia de apenas querer "imitar conversas", enquanto a Rússia buscaria resultados concretos.