Confira a seguir as etapas do caso Jeffrey Epstein, no qual a britânica Ghislaine Maxwell foi declarada culpada na quarta-feira de crimes sexuais nos Estados Unidos, inclusive o de tráfico de menores para seu ex-namorado, o empresário Jeffrey Epstein, que se suicidou na prisão.
- A detenção -
Em 6 de julho de 2019, Jeffrey Epstein, um magnata amigo de celebridades e poderosos, foi detido nos Estados Unidos ao voltar da França em um avião privado.
O consultor financeiro de 66 anos foi denunciado dois dias depois em Nova York de exploração sexual de menores e conspiração para explorar sexualmente menores, duas acusações passíveis de punição com um total de 45 anos de prisão.
Detido à espera do julgamento, foi responsabilizado por ter levado, pelo menos entre 2002 e 2005, moças jovens, algumas com apenas 14 anos, a suas residências em Manhattan e Palm Beach (Flórida) "para participar de atos sexuais com ele" em troca de "centenas de dólares em dinheiro vivo".
Acusado mais de dez anos atrás na Flórida de usar os serviços sexuais de dezenas de menores de idade, Epstein tinha chegado a um acordo controverso com o promotor federal responsável pelo caso e tinha sido condenado apenas por delitos menores.
- Suicídio na prisão -
Em 10 de agosto, Jeffrey Epstein foi encontrado enforcado em sua cela. O processo judicial foi dado como encerrado, mas o promotor de Manhattan prometeu continuar a investigação de seus atos e seus possíveis cúmplices.
Sua morte causou assombro nos Estados Unidos, desencadeando uma enxurrada de teorias conspiratórias e levando o FBI e o Departamento de Justiça a abrir investigações.
Os resultados da necropsia confirmaram suicídio por enforcamento.
O diretor do estabelecimento foi transferido e os dois guardas da prisão encarregados de vigiar Epstein foram acusados em 19 de novembro de terem falsificado documentos que certificavam que tinham feito a ronda no dia da morte do magnata, o que não ocorreu.
- Investigação na França -
Em 23 de agosto de 2019, a justiça francesa abriu uma investigação por "estupro" e "agressão sexual", particularmente de menores, depois de ter sido alertada sobre possíveis vítimas francesas.
Foi iniciada, então, uma convocação de testemunhas e foram feitas buscas no apartamento parisiense do milionário, assim como na sede da agência de modelos Karin Models, fundada pelo francês Jean-Luc Brunel, próximo de Epstein.
- Príncipe Andrew na berlinda -
Interrogado sobre o caso de Epstein, de quem era próximo, o príncipe Andrew rechaçou "categoricamente" em 17 de novembro de 2019 as acusações de uma mulher que disse à televisão britânica ter sido obrigada a ter relações sexuais com ele quando era menor de idade.
Três dias depois, o príncipe, que mergulhou a família real britânica em uma de suas piores crises em décadas, anuncia que "põe fim a seus compromissos públicos".
Em agosto de 2021, a mulher que acusou o príncipe apresentou uma denúncia em Nova York. A polícia britânica revisou as acusações contra ele, mas anunciou em outubro que não tomaria outras medidas.
- Ghislaine Maxwell indiciada -
Em 2 de julho, Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Epstein, então com 58 anos, acusada por várias das supostas vítimas do milionário de ter ajudado a recrutá-las, é detida nos EUA e indiciada por tráfico de menores.
Filha do falecido magnata britânico Robert Maxwell e ex-namorada de Epstein, Ghislaine Maxwell tinha desaparecido da vida pública após a detenção do financista.
Em 29 de dezembro, Ghislaine Maxwell foi declarada culpada em Nova York de cinco acusações de crimes sexuais, incluindo o de tráfico de menores. Seu advogado anunciou que já estava trabalhando em uma apelação.
Ainda não foi fixada uma data para sua sentença, mas ela pode ficar décadas na prisão.
- Brunel é acusado -
Em 17 de dezembro, Jean-Luc Brunel é detido. No dia seguinte, foi acusado de "estupro de uma menor de mais de 15 anos" e "assédio sexual" e acaba em prisão preventiva. As autoridades o investigam novamente seis meses depois.
- Relações embaraçosas -
A empresa de investimentos Apollo Global Management anunciou em março de 2021 a saída de seu diretor, Leon Black, que tinha vínculos comerciais com Jeffrey Epstein.
O ex-diretor-executivo da Microsoft, Bill Gates, admitiu em agosto que cometeu um "grande erro" ao se reunir com Epstein para arrecadar fundos para suas atividades filantrópicas.
O banco britânico Barclays anunciou em novembro a saída de seu diretor, Jes Staley, investigado pelas autoridades financeiras por seus vínculos com Epstein.
* AFP