As autoridades da cidade de Atami, na região central do Japão, tentavam estabelecer nesta terça-feira (6) um balanço de vítimas do grande deslizamento de terra provocado pelas chuvas torrenciais que destruiu dezenas de casas e provocou pelo menos quatro mortes.
A esperança de encontrar sobreviventes diminui com o passar do tempo, e o período de 72 horas após a catástrofe — no qual segundo os especialistas é possível encontrar pessoas com vida — chegou ao fim na manhã (horário local).
O balanço oficial até o momento registra quatro mortes, mas as autoridades enfrentam dificuldades para localizar algumas pessoas porque muitas casas da região são usadas como residências secundárias.
O canal público NHK informou que a lista de moradores que podem ter sido atingidos pelo deslizamento de terra inclui 29 pessoas. Os nomes foram divulgados pela imprensa com a esperança de que apresentem notícias sobre seu paradeiro.
— Faremos todo o possível (...) e vamos rezar para que possamos encontrar todas as pessoas — declarou o prefeito de Atami, Sakae Saito, que algumas horas antes havia mencionado 24 pessoas desaparecidas.
As autoridades anunciaram na segunda-feira (5) que uma das vítimas identificadas era Chiyose Suzuki, 82 anos, que não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital. O filho mais velho dela, de 56 anos, declarou à agência Kyodo que lamenta não ter conseguido retirar a mãe, que tinha dificuldades para caminhar, quando a polícia ordenou a evacuação.
— Deveria ter retornado e a retirado eu mesmo — disse.
O deslizamento de terra aconteceu no sábado (3), após vários dias de fortes chuvas em Atami, um balneário cercado por montanhas. Três dias após a catástrofe, a cidade tem um cenário de desolação, com várias casas destruídas, veículos tombados e ruas intransitáveis.
Quase 130 edifícios foram destruídos ou danificados pelo deslizamento de terra que atingiu uma zona residencial da cidade. Imagens a partir de helicópteros mostram um rio de lama e rochas de quase dois quilômetros que segue até o mar.
Os 1.100 socorristas retomaram os trabalhos de busca e tentavam abrir caminho entre os escombros.
Atami, que fica na encosta de uma montanha, 90 km ao sudoeste de Tóquio, registrou 313 mm de chuva em 48 horas na sexta-feira (2) e sábado. A média de julho nos últimos anos é 242 mm.
Grande parte do Japão está em plena temporada de chuvas, o que provoca inundações e deslizamentos de terra. De acordo com os cientistas, o fenômeno é agravado pela mudança climática, pois a atmosfera mais quente retém mais água e aumenta o risco e a intensidade das chuvas.