Pequim reforçará os controles sobre os candidatos nas eleições legislativas de Hong Kong, anunciou nesta sexta-feira um deputado chinês.
O Parlamento chinês, reunido a partir desta sexta-feira em sua sessão plenária anual, iniciou uma reforma do sistema eleitoral na ex-colônia britânica, que representará a marginalização da oposição pró-democracia.
A Assembleia Nacional Popular (ANP) impôs no ano passado em seu território autônomo uma lei de segurança nacional que reduz as liberdades políticas, em reação aos protestos de 2019 contra o Executivo local pró-Pequim.
Agora, de acordo com um projeto de lei apresentado na ANP, um comitê eleitoral subordinado ao regime comunista ficará responsável por examinar as candidaturas ao Conselho Legislativo (Legco), o Parlamento de Hong Kong.
Nenhum candidato poderá concorrer sem o aval do comitê.
O comitê eleitoral terá como tarefa "escolher uma grande parte dos membros do Conselho Legislativo e participar diretamente na nomeação de todos os candidatos", declarou Wang Chen, vice-presidente do Comitê Permanente da ANP.
O Conselho Legislativo está integrado atualmente por 70 deputados, metade deles eleitos de maneira democrática e os demais pelo comitê eleitoral pró-Pequim.
Este dispositivo permitiu ao governo chinês garantir maiorias favoráveis a Hong Kong desde a devolução do território britânico a Pequim em 1997.
Para as eleições legislativas de Hong Kong em setembro, Pequim já deu a entender que atuará para que os "patriotas" governem a região autônoma.
* AFP