É preciso um "grande salto" para o financiamento (15 bilhões de dólares, 12,6 bilhões de euros, em três meses) para aumentar as probabilidades de encontrar um freio para o coronavírus e fazer com que o mundo "prospere novamente", disse nesta quinta-feira (10) Antonio Guterres, secretário-geral da ONU.
Guterres fez este apelo urgente durante a primeira reunião de trabalho do conselho encarregado de controlar o dispositivo internacional criado para acelerar o acesso a ferramentas para combater a covid-19, o Acelerador ACT. Uma iniciativa cujo objetivo é garantir um acesso igualitário a testes, tratamentos e eventuais vacinas para todos os países.
Embora o secretário-geral reconheça que os quase 3 bilhões conseguidos até agora para fazer as coisas funcionarem foram "essenciais", destacou também que "atualmente são necessários 35 bilhões de dólares para passar da fase de 'start-up' para outra em grande escala e de impacto".
Guterras participou desta intervenção virtual com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e também com as duas co-presidentes do novo conselho, além de Erna Solberg, primeira-ministra da Noruega, Cyril Ramaphosa, presidente sul-africano e o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Existe uma verdadeira urgência nesses valores. Sem uma injeção de 15 bilhões de dólares em três meses, começando imediatamente, perderemos a margem de manobra" para alcançar o objetivo imposto de acelerar o combate à pandemia e tornar os meios de combatê-la acessíveis para todos os países.
Lançado no final de abril pela Organização Mundial da Saúde, pelo presidente francês Emmanuel Macron, Von der Leyen e pela Fundação Bill e Melinda Gates, o Acelerador ACT integra governos, organizações do setor de saúde, cientistas, empresas, a sociedade civil e filántropos.
Guterres pediu aos países doadores "que contribuam generosamente nos fundos que votaram para combater a covid-19 em todas as suas dimensões", porque o financiamento humanitário e o tradicional para o desenvolvimento nunca permitiriam "reunir esses valores".
Ele também destacou "a tendência preocupante -ligada à possível falta de financiamento- de multiplicação de iniciativas paralelas e esforços concentrados em um só país".
"Como já foi dito: ninguém estará seguro e a salvo até que todo o mundo esteja", insistiu.
* AFP