A Macedônia do Norte vota nesta quarta-feira (15) para as eleições legislativas, consideradas imprevisíveis, cujo vencedor será responsável por iniciar as negociações para entrar na União Europeia e gerenciar a pandemia do novo coronavírus.
Essa é a primeira eleição legislativa desde que esse país dos Balcãs mudou de nome no ano passado, depois do fim de um longo conflito com a Grécia.
O acordo histórico com a Grécia para acrescentar "do Norte" ao nome do país permitiu sua entrada na OTAN, e fez o país receber a aprovação de Bruxelas para negociar e ter uma possível adesão no bloco.
No entanto, alguns nacionalistas continuam furiosos com as concessões desse país à Grécia, e reivindicam exclusivamente o nome "Macedônia" porque o consideram parte integrante da identidade nacional.
Nas eleições legislativas desta quarta-feira, disputam o poder os social-democratas do ex-primeiro-ministro, Zoran Zaev, e a direita do partido VRMO-DPMNE.
Não há uma vantagem clara entre os rivais, o que pode significar complexas negociações para se formar um governo de coalizão.
O norte da Macedônia, que possui um frágil sistema de saúde, também enfrenta a pandemia do novo coronavírus e, segundo dados oficiais, é o país dos Balcãs com mais mortes pela proporção populacional. No país, há registro de quase 400 mortos em menos de dois milhões de habitantes.
"Deveríamos ter esperado que essa crise terminasse", afirma Ostoja Garac, moradora de Skopje, que acredita que a realização de eleições agora "não é algo sensato".
Mais precisamente, no início da tarde, a participação era de apenas 24% do eleitorado habilitado, dez pontos a menos do que em 2016.
- Eleitores com máscara -
As eleições devem preencher o vazio no poder do país, que há seis meses tem um governo técnico, uma vez que o parlamento foi dissolvido.
As eleições legislativas foram planejadas para ocorrer em abril, mas foram adiadas por causa do novo coronavírus.
Quando os colégios eleitorais abriram, às 05H00 GMT, longas filas de eleitores usando máscaras foram vistos aguardando para chegar às urnas, que permanecerão abertas duas horas a mais do que o habitual, até às 19H00 GMT.
Os doentes e os idosos puderam votar nos dois dias anteriores.
Segundo analistas políticos, o retorno ao poder da direita, que governou por uma década, até 2016, poderia complicar o futuro das negociações europeias.
"Uma vitória potencial para o VMRO teria consequências negativas, não apenas para o caminho do país à Europa, mas também para sua política externa no sentido geral", disse à AFP Elena Stravrevska, pesquisadora da London School of Economics.
A outra incógnita é o resultado do principal partido minoritário albanês, a União Democrática para a Integração (DUI), que tradicionalmente é a chave para a formação do governo.
Cerca de 1,8 milhão de eleitores foram convocados para a votação desta quarta, e os resultados só serão divulgados a partir do início da manhã de quinta-feira.
* AFP