O mundo vive neste sábado (11) um fim de semana de Páscoa inédito, sem procissões e com igrejas vazias, depois de ter ultrapassado o saldo de 100 mil mortes pela pandemia de coronavírus. Nos Estados Unidos, 2,1 vítimas fatais foram registradas em um dia.
Atualmente, o país norte-americano é o epicentro da pandemia, com mais de meio milhão de casos confirmados. O país se aproxima do balanço da Itália, com 18.849 mortes, o número oficial mais alto a nível nacional.
Além dos Estados Unidos, a pandemia se agravou na França, com mais de 13 mil mortes no total, e no Reino Unido, onde mais de mil pessoas morreram em um único dia, enquanto o Brasil já registra mais de mil mortes por coronavírus desde o início da pandemia.
O presidente americano, Donald Trump, declarou que a epidemia estava "perto do pico" e que as medidas de distanciamento social estavam funcionando. Por esta razão, ele está considerando reativar a maior economia do mundo o mais rápido possível.
— Ficar em casa também leva à morte — disse o presidente, referindo-se ao impacto econômico da pandemia.
No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que um levantamento prematuro das restrições poderia causar um "ressurgimento mortal" da doença.
Por menores que sejam, as boas notícias representam uma injeção de esperança e, neste caso, vem da Espanha, onde o número diário de mortes por coronavírus continua a cair e chegou a 510 neste sábado, quase 100 a menos que no dia anterior.
No momento, a pandemia matou 16.353 pessoas na Espanha, o terceiro país mais atingido do mundo em número de mortos, atrás da Itália e dos Estados Unidos.
Em todo o planeta, a covid-19 matou pelo menos 102 mil pessoas e o número oficial de infecções atinge 1,7 milhão. Cerca de 70% das mortes ocorreram na Europa.
Em algumas cidades, a epidemia foi particularmente violenta, como em Tomellos, com 36 mil habitantes, no centro da Espanha, onde 104 moradores morreram em março devido ao coronavírus.
A grande maioria teve que ser enterrada praticamente sozinha, pois o governo impõe um limite de três pessoas próximas nos funerais.
A pandemia também provocou cenas assustadoras em Hart Island, nordeste do Bronx, em Nova York, onde dezenas de falecidos por coronavírus, cujos corpos não foram reclamados, foram enterrados em uma vala comum.
Desde o século XIX, as autoridades utilizam essa "ilha dos mortos" como um grande cemitério para pessoas sem-teto. Atualmente, cerca de 24 enterros são realizados diariamente, em comparação com uma média de 25 por semana em períodos normais, de acordo com a administração local.