As redes de telefonia móvel foram suspensas nesta quinta-feira em algumas áreas de Nova Délhi, capital da Índia, onde as autoridades proibiram as grandes manifestações anunciadas contra uma polêmica lei sobre a cidadania.
Duas grandes operadoras de telefonia, Airtel e Vodafone, confirmaram que os serviços foram bloqueados nos bairros do centro da capital.
"O governo emitiu uma ordem que pede a restrição dos serviços de telefonia móvel em alguns locais de Délhi", declarou à AFP uma fonte da Vodafone India.
Moradores da cidade e manifestantes já haviam mencionado dificuldades para fazer ligações, enviar mensagens ou conseguir uma conexão de internet nos smartphones.
As autoridades indianas proibiram nesta quinta-feira qualquer manifestação em diversas regiões do país, após a convocação para novos protestos, iniciados há mais de uma semana.
Um artigo do código de procedimentos penais que proíbe qualquer manifestação de pelo menos quatro pessoas entrou em vigor em diversos bairros de Délhi, Hyderabad, e Chennai, assim como nas grandes cidades de Bangalore, Ahmedabad e Mangalore em sua totalidade.
O dispositivo também está em vigor em todo o estado de Uttar Pradesh, o mais populoso da Índia com mais de 200 milhões de habitantes, e em vários estados do nordeste, onde os protestos deixaram seis mortos na semana passada.
A mobilização, organizada principalmente por membros da comunidade muçulmana, que representa 14% dos 1,3 bilhão de indianos, é uma das mais importantes que o governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi tem que enfrentar desde sua chegada ao poder em 2014.
Votada na semana passada pelo Parlamento indiano, a nova lei sobre cidadania, a origem dos protestos, facilita a concessão de cidadania indiana aos refugiados do Afeganistão, Bangladesh e Paquistão, mas desde que não sejam muçulmanos.
As pessoas que protestam contra a lei a consideram discriminatória e inconstitucional.
* AFP