Milhares de italianos prestaram homenagens, neste domingo (28), ao policial que morreu em Roma, enquanto a investigação continua com muitas perguntas não respondidas. Mario Raha Cerciello, de 35 anos, foi apunhalado por um jovem que estava sendo preso pelo roubo de uma mochila na madrugada de sexta-feira (26), em um bairro perto do Vaticano.
Na noite de sábado (27), uma juíza aprovou a prisão de Elder Finnegan Lee e Gabriel Christian Natale Hjorth, os dois turistas americanos de 19 anos acusados do homicídio agravado e tentativa de extorsão.
Segundo a polícia, um dos jovens confessou ser o autor das facadas que mataram Cerciello, que tinha acabado de voltar de sua lua de mel no Madagascar.
Com flores nas mãos, milhares de pessoas desfilaram em Roma neste domingo. O funeral está previsto para segunda-feira (29), na cidade natal do policial, ao pé do Vesúvio, e deve contar com a presença dos líderes políticos Matteo Salvini e Luigi Di Maio.
Os dois americanos foram presos na sexta à tarde no hotel de quatro estrelas onde estavam hospedados. Suas mala estavam prontas e eles voltariam aos Estados Unidos naquela noite. De acordo com o comunicado da polícia, ambos prestaram depoimento e confirmaram que tinham roubado a mochila de um italiano e, para devolvê-la, estavam pedindo 100 euros e um grama de cocaína.
O italiano avisou as forças de segurança e, quando a polícia tentou deter os americanos, um deles sacou a faca. Mas, segundo a imprensa italiana, a vítima do roubo era um traficante, acusado pelos turistas de ter vendido aspirina em pó em vez de cocaína.
A arma do crime, uma faca "de tamanho significativo", foi encontrada escondida no forro do teto de seu quarto de hotel. As roupas que eles usavam na noite do crime também foram apreendidas.
Contudo, a imprensa continua a chamar atenção para os fatos ainda desconhecidos, como o fato de o traficante ter avisado à polícia e por que os policiais estavam vestidos à paisana e não usaram suas armas.
Paralelamente, foi aberta uma investigação interna após a publicação de uma foto na qual um dos americanos aparece de cabeça para baixo, algemado e com olhos vendados durante seu interrogatório.