Os Estados Unidos se retiraram do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, informou a embaixadora americana, Nikki Haley, nesta terça-feira (19), qualificando a entidade internacional de uma "latrina de parcialidade política".
"Damos este passo porque nosso comprometimento não nos permite continuar fazendo parte de uma organização hipócrita, autocentrada, que faz gozação dos direitos humanos", afirmou.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou a decisão dizendo que "teria preferido muito" que os Estados Unidos permanecessem no Conselho.
"A arquitetura de direitos humanos da ONU tem um papel muito importante na promoção e proteção dos direitos humanos em todo o mundo".
A diplomacia americana já não escondia suas diferenças com o Conselho, ao qual Washington acusava de ter se mobilizado por sentimentos contrários a Israel e pela presença de países que o governo considera que não devem ter um assento.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU foi criado em 2006 para substituir a Comissão de Direitos Humanos e é formado por 47 países-membros escolhidos por maioria absoluta na Assembleia Geral da ONU.
Em junho de 2017, Haley já tinha exigido uma reforma do Conselho, e este ano Washington impulsionou um projeto de resolução que contemplava mudanças profundas neste grupo.
Entre as propostas americanas destacam-se um dispositivo para que países acusados de cometer violações dos direitos humanos possam ser excluídos do Conselho por maioria simples na Assembleia e não por voto de dois terços.
Exigia também que a questão dos "direitos humanos na Palestina" não fosse incluída na agenda de forma sistemática.
* AFP