A ex-ministra da Suprema Corte de Justiça do Paraguai, Alicia Pucheta, foi nomeada vice-presidente nesta quarta-feira (9) em uma sessão do Senado e da Câmara dos Deputados, habilitada para assumir a liderança do Estado.
Com o voto a favor de 81 governistas após a saída de 44 opositores da sessão, a ex-juíza foi nomeada ao cargo.
Com a sua designação, Pucheta, de 68 anos, pode desempenhar o cargo de presidente interina do Paraguai se for anunciada a renúncia de Horacio Cartes para assumir uma cadeira no Senado.
Nesse caso, Pucheta se tornará a primeira mulher a ocupar a Presidência do país.
A ex-ministra do Supremo ocupará o cargo deixado pelo vice-presidente Juan Afara, que renunciou em março para se apresentar como senador ativo.
A juíza recebeu a oferta de comandar o Executivo por três meses, até 15 de agosto, quando Mario Abdo Benítez, presidente eleito em 22 de abril, assumirá o posto.
Benítez governará por um período de cinco anos.
- Oposição se retira -
A oposição, em minoria, se retirou da sessão em desacordo com a nomeação de Pucheta, a quem acusam de sentenciar na Suprema Corte de Justiça a favor do presidente Cartes para ser senador ativo.
Os opositores rejeitam que Cartes seja empossado legislador. Sustentam que a Constituição estabelece que os ex-presidentes "serão senadores vitalícios" - com voz, mas sem voto.
Outro ex-presidente do Paraguai, Nicanor Duarte (2003-2008), também foi eleito senador pelo partido Colorado de Cartes, beneficiado pela decisão do Tribunal.
Cartes apresentaria sua renúncia no final de maio para ir ao Senado, informaram porta-vozes do governo extraoficialmente.
- Mulher, mãe e professora -
No final da votação, Alicia Pucheta foi convocada pelo plenário para jurar "como mulher, mãe e professora", disse.
A senadora da oposição Desirée Masi criticou Pucheta.
"Uma mulher que demonstrou sua absoluta sujeição ao poder de turno não nos representa. Cartes usou a figura de uma mulher para esconder a conspiração por trás de sua nomeação (como senador ativo)", afirmou.
"Alguma vez uma mulher chegará ao poder como tem ser, pelos votos", enfatizou.
A governista Lilian Samaniego disse, ao contrário, que a nomeação de Pucheta "faz com que as mulheres paraguaias se sintam motivadas a continuar buscando uma verdadeira igualdade de oportunidades com os homens".
* AFP