O presidente americano Donald Trump informou, na noite desta quarta-feira (31), que anunciará na quinta (1º), sua decisão sobre a permanência, ou não, dos Estados Unidos no COP 21, o acordo de Paris sobre mudança climática. O anúncio deve ocorrer por volta das 15h (16h no horário de Brasília).
"Anunciarei minha decisão sobre o Acordo de Paris na quinta-feira às 3:00 P.M. No Rose Garden da Casa Branca. VAMOS FAZER A AMÉRICA GRANDE DE NOVO!", tuitou o presidente, repetindo seu slogan de campanha.
Concluído no final de 2015 na capital francesa por mais de 190 países, este acordo visa a limitar o aumento da temperatura mundial por meio da redução das emissões de gases do efeito estufa.
A saída dos Estados Unidos seria um revés para a "diplomacia do clima". Há 18 meses, quando o acordo foi firmado, o mundo comemorava o pacto, tratando-o como histórico por incluir a China e os EUA entre os arquitetos do projeto.
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A crise sobre a possível saída dos americanos do acordo surgiu durante a reunião da cúpula do G7, que ocorreu na Itália na semana passada. Todos os participantes, com exceção de Trump, reafirmaram seu compromisso com o pacto firmado durante a COP21.
Durante a campanha eleitoral, Trump insistiu em acabar com a "guerra contra o carvão" e prometeu "anular" o acordo. O diretor da Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA, Scott Pruitt, defendeu abertamente a saída do acordo, considerando-o "ruim" para os Estados Unidos.
O objetivo dos Estados Unidos na COP21, definidos pela administração de Barack Obama, é redução de 26% a 28% das suas emissões de gases de efeito estufa até 2025 em relação a 2005.
Trump criticou a meta em várias ocasiões, considerando-as altas demais.
– Sabemos que os níveis aos que a administração precedente se comprometeu seriam incapacitantes para manter o crescimento econômico americano – indicou Gary Cohn, conselheiro econômico de Trump.
O desmantelamento das regulações da era Obama pelo governo Trump já tem até data para acontecer. Entre os planejamentos de Trump para a próxima semana está assinar uma ordem executiva para mudar as exigências para que usinas de energia reduzam as emissões de dióxido de carbono. As restrições às emissões dessas usinas são fundamentais para que os Estados Unidos cumpram os compromissos assumidos em Paris em 2015.
Além da questão econômica, há ainda o ceticismo de Trump em relação às mudanças climáticas. Questionado na terça-feira (30) sobre este assunto, o porta-voz da presidência americana, Sean Spicer, foi evasivo. Ao ser questionado sobre se Trump acredita no impacto das atividades humanas nas mudanças climáticas, ele respondeu:
– Eu não posso responder, não perguntei a ele.
Várias grandes empresas já se pronunciaram contra a saída dos EUA do acordo, entre elas a petrolífera ExxonMobil, a gigante agroquímica DuPont, a Google, a Intel e a Microsoft.