"Grande decepção", "irresponsável" e "equivocada": as reações ao anúncio do presidente americano, Donald Trump, de que vai retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima foram negativas em todo o mundo.
Um dos primeiros a criticar a decisão de Trump foi o ex-presidente americano Barack Obama.
"As nações que permanecem no Acordo de Paris serão as nações que colherão os benefícios em empregos e indústrias criadas", afirmou Obama em um comunicado.
O ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, postou um vídeo em sua página no Facebook criticando Trump e chamando para uma "revolução para salvar o planeta".
Assista ao vídeo:
Veja outras repercussões sobre o anúncio da retirada dos EUA do pacto pelo clima – que foi assinado por 195 países:
Brasil vê saída com preocupação
Em um comunicado oficial, o Itamaraty manifestou "profunda preocupação e decepção" com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, anunciada nesta quinta-feira por Trump, e ratificou estar "comprometido" com a implementação do pacto.
"Preocupa-nos o impacto negativo de tal decisão no diálogo e cooperação multilaterais para o enfrentamento de desafios globais", acrescentou a chancelaria brasileira.
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França diz que Trump cometeu um erro
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que Trump "cometeu um erro para os interesses de seu país e um erro para o futuro do nosso planeta", ao decidir retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima.
– Lamento esta decisão. Os Estados Unidos deram as costas ao mundo – declarou Macron em uma rápida declaração transmitida pela TV.
Macron parafraseou ainda o slogan da campanha de Trump e, falando em inglês, dirigindo-se aos defensores do clima, convocou-os a "Make our planet great again" (fazer nosso planeta grande de novo).
Mais cedo, em um telefonema de cinco minutos, Macron teria dito a Trump que era possível "discutir", mas que "nada no Acordo de Paris é negociável", informou uma fonte da presidência francesa.
Em sua declaração, o Macron fez um convite aos "cientistas, empreendedores e cidadãos comprometidos" americanos a viajarem para a França para trabalhar em "soluções concretas para o clima".
União Europeia chamou decisão de equivocada
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considerou "seriamente equivocada" a decisão do presidente americano. Nesta sexta-feira (2), Juncker, afirmou que não há possibilidade de voltar atrás no acordo de luta contra as mudanças
O mundo "pode contar com a Europa" para dirigir a luta contra o aquecimento global, indicou em um comunicado o comissário europeu para o Clima, Miguel Arias Cañete.
"Decisão vergonhosa", disse o ex-presidente da COP 21
Donald Trump tomou uma decisão "vergonhosa" ao retirar seu país do Acordo de Paris sobre o clima, afirmou Laurent Fabius, ex-presidente da COP 21, que chamou a declaração de Trump de "pacote de mentiras" sobre o tema.
Alemanha diz que saída dos EUA não vai deter a Europa de trabalhar pelo clima
A chanceler alemã Angela Merkel afirmou nesta sexta-feira que está "mais determinada que nunca" a agir a favor do clima.
– Esta decisão não pode e não vai deter aqueles de nós que acreditam que temos o dever de proteger o planeta – disse.
Na véspera, Merkel declarou que "lamenta" a decisão de Trump e pediu que se continue com "a política climática que preserva a nossa Terra".
Vários de seus ministros social-democratas, entre eles seu ministro das Relações Exteriores, advertiram que a decisão de Trump "prejudicará" o mundo inteiro.
Reino Unido decepcionado com Trump
A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse ao presidente americano em uma conversa por telefone que o "Acordo de Paris outorga o marco global adequado para proteger a prosperidade e a segurança das gerações futuras, mantendo, ao mesmo tempo, a energia a preços alcançáveis e seguros para cidadãos e empresas".
No diálogo, May expressou sua decepção com a decisão e destacou que o Reino Unido continua comprometido com o Acordo de Paris.
"O presidente deixou claro que a porta continua aberta para uma futura participação no Acordo", destacou o governo britânico em um comunicado.
Para China, decisão de Trump é um retrocesso
A agência oficial Xinhua publicou um artigo com o título "A retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris é um retrocesso global", no qual considera que a decisão do presidente americano, Donald Trump, de sair do Acordo de Paris deixa um espaço muito grande para ser preenchido por apenas um país.
"Mas outros atores grandes, como União Europeia, China e Índia reiteram a vontade de aumentar os esforços ante a mudança de opinião dos Estados Unidos sobre este acordo emblemático", completou a agência.
Canadá chama saída americana de desanimadora
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, ligou para Trump nesta quinta-feira para expressar "sua decepção" com a decisão do presidente americano e transmitir sua intenção de continuar trabalhando com parceiros internacionais para combater as mudanças climáticas.
"Enquanto a decisão dos Estados Unidos é desanimadora, continuamos inspirados pelo impulso crescente em todo o mundo para combater as mudanças climáticas e a transição para economias de crescimento limpo", disse Trudeau em um comunicado.
O primeiro-ministro prometeu, ainda, continuar trabalhando com estados americanos que apoiam a ação climática "para impulsionar o progresso em um dos maiores desafios que enfrentamos como mundo".
"Quinta-feira triste para o mundo", afirma primeiro-ministro da Dinamarca
O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, disse que esta quinta-feira é "um dia triste para o mundo", e que "a Dinamarca está pronta para continuar a batalha pelo clima e salvar as gerações futuras".
Chile reafirma importância do Acordo de Paris
O governo do Chile expressou sua "profunda decepção" com o anúncio de Trump, por considerar que a implementação do Acordo é "fundamental para o bem-estar das gerações presentes e futuras".
Argentina lamentou anúncio de Trump
O governo argentino expressou que "lamenta profundamente" a medida adotada pelo governo do presidente Donald Trump.
Para Fiji, Trump teve uma decisão "infeliz"
O combate conta o aquecimento global prosseguirá, apesar da "infeliz" decisão dos Estados Unidos, afirmou o primeiro-ministro de Fiji, Voreqe Bainimarama, que presidirá a COP 23 que acontecerá na Alemanha.
Austrália diz que respeitará compromissos firmados na COP 21
O ministro do Meio Ambiente e da Energia, Josh Frydenberg, afirmou que seu país respeitará os compromissos por considerar que o acordo de Paris "é sensato".