Um tribunal turco proibiu a divulgação de informações relacionadas ao assassinato do embaixador russo em Ancara, indicou, nesta terça-feira, a agência de notícias pró-governamental Anadolu.
Na semana passada, diante de várias câmeras de televisão, um policial de 22 anos disparou nove tiros contra o diplomata Andrey Karlov durante a inauguração de uma exposição fotográfica. Em seguida, o assassino foi abatido pelas forças de segurança.
Segundo a agência Anadolu, a proibição durará até o fim da investigação policial e será aplicada tanto às imagens do assassinato – muito divulgadas pela imprensa internacional – quanto às informações sobre suspeitos, testemunhas ou vítimas.
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Com a determinação, o tribunal de Ancara cumpre uma petição do procurador-geral, que afirmou que a divulgação destas informações poderia prejudicar a investigação e colocar em risco a segurança nacional.
A proibição chega um dia após o jornal Hurriyet publicar uma longa entrevista com a irmã do assassino. A jovem explica no artigo que seu irmão, Mevlüt Mert Altintas, sofreu "uma lavagem cerebral" ao passar pela escola da polícia.
Segundo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, Altintas estava vinculado ao movimento do pregador islamita Fethulah Gülen, a quem também atribui o golpe de Estado frustrado de 15 de julho. A acusação é questionada pela Rússia, que considera que ainda é muito cedo para tirar este tipo de conclusões.
A Turquia impõe com frequência este tipo de proibições após atentados, alegando a defesa da segurança nacional. Alguns opositores afirmam que a liberdade de expressão foi diminuindo cada vez mais desde que Erdogan foi eleito presidente, em agosto de 2014, após ter sido primeiro-ministro por 11 anos. Ancara responde que todas as suas decisões respeitam o marco legal turco.