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Ao que parece não existe nada de podre no reino da Dinamarca hoje em dia. Pelo segundo ano consecutivo, a Dinamarca foi apontada como o país mais feliz, segundo pesquisa com 156 países chamada Relatório sobre a Felicidade Mundial.
Baseado nos dados coletados pelo Gallup entre 2010 e 2012, a pesquisa examina itens como expectativa de vida, assistência social, liberdade para fazer escolhas na vida e percepções de corrupção e generosidade. A Dinamarca deixou para trás Noruega, Suíça, Holanda e Suécia.
A pesquisa não oferece explicação apropriada sobre por que a Dinamarca está em primeiro lugar. Outro relatório, "Felicidade dinamarquesa explicada", tenta abordar essa questão. A prosperidade econômica ajuda, mas isso não é tudo.
- Para começar, nós dividimos o recorde mundial de confiança com a Noruega e a Suécia - , disse Christian Bjornskov, professor de economia da Universidade de Aarhus que foi consultor do relatório dinamarquês pelo recém-criado Instituto de Pesquisa da Felicidade, de Copenhague. - O segundo fator é uma crença forte na liberdade pessoal, de que sempre é possível mudar as coisas na vida pessoal -
Durante a temporada mais feliz de todas - como afirma certa canção natalina - parecia apropriado explorar Copenhague, cidade de conto de fadas que Hans Christian Andersen chamava de lar. Nos meses mais frios, quando o céu cospe granizo nas noites escuras, Copenhague se transforma em uma terra maravilhosa. Stroget, o emaranhado de ruas só para pedestres no centro da cidade, mostra-se festiva com as decorações. Nos famosos mercados natalinos, os visitantes podem sucumbir ao clima de alegria com uma caneca de "glogg" (espécie de vinho quente), que inspirou o "hygge", termo dinamarquês para conforto e jovialidade.
Para os dinamarqueses, o espírito natalino é palpável até mesmo em julho. Desde 1957, a Dinamarca organiza nesse mês o Congresso Mundial de Papai Noel quando Papais Noéis majestosos e com referência profissional conferida competem em campeonatos mundiais em uma pista de obstáculos na Nisseskoven (a floresta das fadas). Equipes de bons velhinhos arremessam sacos de presentes, escalam montanhas de gelo, descem por chaminés e fazem até mesmo oficinas de dança zumba.
O maior mercado natalino do norte da Europa acontece nos Jardins de Tivoli, nos arredores da Estação Central da cidade. O Tivoli tem 8,1 hectares e pode receber perto de 900 mil visitantes (em sua maioria dinamarqueses) a cada temporada (Vesterbrogade 3; 45-3315-1001; tivoli.dk/en; maiores de oito anos, 95 coroas dinamarquesas (US$ 18); menores de oito anos acompanhados de adulto, grátis).
A decoração deslumbrante do Tivoli ilumina a noite com réplicas de um pagode chinês, a Catedral de São Basílio, em Moscou, e até mesmo um palácio árabe. Papais Noéis posam para fotos ao lado de renas vivas na Vila Nórdica. Pessoas com espírito aventureiro gritam nas 29 atrações do parque de diversão, incluindo uma montanha-russa de madeira que completará um século no ano que vem. Dezenas de ambulantes vendem roupas de lã, peles, bonecos do balé quebra-nozes e pirulitos suficientes para despertar a ira em um dentista.
- É um bom lugar para explorar a vida dos dinamarqueses - , afirmou Ellen Dahl, porta-voz dos Jardins de Tivoli. - É uma espécie de essência do Natal -
Hojbro Plads, uma das mais belas praças de Copenhague em Stroget, abriga um mercado natalino com influência alemã e dinamarquesa (Hojbro Plads; 45-2125-9340; julemarked.nu). Árvores natalinas cintilam com centenas de enfeites. Rechonchudos bonecos de neve vigiam a entrada. É tentador sacrificar muitas coroas aqui - quem sabe comprar um chapéu de lã com flocos de neve prateados. Enquanto beberica chocolate quente e come um "kringle", doce com formato de "pretzel" cuja imagem é colocada acima das padarias dinamarquesas, você pode voltar a se sentir criança.
No mercado natalino de Nyhavn (Nyhavn; nyhavn.com), arredores do Real Teatro Dinamarquês, os vendedores instalam barracas ao longo do canal singular Nyhavn. Antigo bairro marítimo, o Nyhavn conta com belos navios históricos contra a paisagem de casas do século XVIII nas cores azul-esmalte, laranja e amarelo. Prove o "aebleskiver" (panqueca dinamarquesa com açúcar e geleia) e lembre-se dos bons tempos dos doces natalinos da infância.
O que inspira tanta folia? O Papai Noel (vulgo Soren Moller Pedersen, 52 anos, ator de teatro infantil e baterista) deu uma pista. Prestes a começar sua quarta temporada no Tivoli, ele respondeu com franqueza - via e-mail, afinal estamos na alta temporada - sobre os planos de carreira.
- Foi uma escolha natural tentar interpretar, na vida real, um dos personagens mais amados e doces do mundo, sem virar um clichê superficial com 'hô hô'. -