O comitê de investigação russo anunciou que entrará com pedido de extensão da prisão provisória dos 28 ativistas do Greenpeace e dois jornalistas presos desde o dia 19 de setembro, após um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico. A informação foi divulgada pelo Greenpeace nesta sexta-feira.
Até o momento, seis pedidos de extensão da prisão provisória foram oficialmente entregues à corte do distrito de Kalininskiy, em São Petersburgo. O restante dos pedidos deverão chegar entre o final desta sexta e segunda-feira. A intenção do comitê de investigação é manter o grupo detido até a conclusão das investigações sobre os alegados crimes de pirataria e vandalismo. Todos os pedidos serão julgados até o dia 24 de novembro.
- As autoridades já levaram dois meses para investigar um crime imaginário pelo qual os supostos autores enviaram um comunicado de imprensa informando exatamente o que fariam antes, e depois divulgaram um vídeo da ação real. Agora as autoridades precisam de mais três meses? - questiona Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional.
- Esta farsa precisa terminar agora. Todos sabem que esta não é uma verdadeira investigação criminal. Estes bravos homens e mulheres não estão presos por causa do que eles fizeram, mas por denunciar os perigos da exploração de petróleo no Ártico - complementou.
O Greenpeace Internacional vai contestar os pedidos de extensão das prisões, que dizem respeito a mais três meses atrás das grades, pedindo a liberdade dos 30 presos sob fiança enquanto as investigações prosseguem. Caso o juiz aceite o pedido do comitê de investigação, o Greenpeace vai apelar da decisão, solicitando novamente a liberdade sob fiança.
- Lutaremos pela liberdade dos 30 com tudo o que estiver a nosso alcance, mas não podemos fazê-lo sozinho. Precisamos do apoio do povo russo e de todo o mundo pela liberdade e pelo direito fundamental ao protesto pacífico - concluiu Naidoo.
Solidariedade internacional
Neste sábado, o Greenpeace vai às ruas em mais de 260 cidades de 41 países em um ato pacífico em solidariedade aos 28 ativistas e dois jornalistas presos há dois meses na Rússia.
No Brasil, o evento acontece das 10h às 16h em Porto Alegre, cidade natal de Ana Paula Maciel, que está entre os 30 detidos. Ativistas do Greenpeace vão se trancar em uma jaula para denunciar o absurdo das prisões. O público está convidado a participar.
A jaula será instalada ao lado do monumento aos expedicionários, no parque da Redenção, zona central da Capital gaúcha.
Atrás das grades
Comitê russo pede extensão da prisão dos 30 ativistas do Ártico
Ativistas do Greenpeace ficariam presos provisoriamente por mais três meses
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