Ambiente

Temperatura média

Julho de 2019 é o mais quente da história

Os últimos quatro anos (2015 a 2018) foram globalmente os quatro anos mais quentes já registrados

Folhapress

Ana Carolina Amaral

Bertrand GUAY / AFP
Europa sofreu com calor intenso no verão deste ano

As médias globais de temperatura do último mês de julho foram "marginalmente mais altas" do que as de julho de 2016 – o julho mais quente até então. O aquecimento da temperatura média do planeta em julho foi de aproximadamente 1,2°C em relação aos níveis pré-industriais.

O resultado é muito próximo do limite de 1,5°C estipulado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU para conter os cenários mais desastrosos das mudanças climáticas, como a submersão dos países-ilha.

O mês anterior também já havia batido o recorde global; foi o junho mais quente da história. Até agora, todos os meses de 2019 estão entre os quatro mais quentes para o mês em questão. Além disso, os últimos quatro anos (2015 a 2018) foram globalmente os quatro anos mais quentes já registrados.

A avaliação divulgada na sexta-feira (2) pela Copernicus Climate Change Service, instituição ligada à União Europeia, trata das temperaturas dos dias 1° a 29 de julho. Na próxima segunda-feira, um relatório completo trará os dois últimos dias do mês.

A medição, feita com dados meteorológicos colhidos em todo o mundo e processados pela agência europeia, é comparada com cinco bases de dados históricos, incluindo bases de universidades, da agência de meteorologia do Japão e da Nasa.

Para o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, o resultado deste julho "é ainda mais significativo, porque o mês mais quente até então, julho de 2016, ocorreu durante um das passagens mais fortes do El Niño de todos os tempos. Não é o caso neste ano".

Em entrevista à imprensa na última quinta-feira (1), Guterres reforçou as metas mais ambiciosas indicadas pelo IPCC: 

— Precisamos cortar 45% das emissões de gases-estufa até 2030; precisamos ser neutros em emissão de carbono até 2050.

Questionado sobre um possível recado para os Estados Unidos, que podem deixar o Acordo de Paris, Guterres sugeriu que o acordo já não seria suficiente. 

— É absolutamente essencial não apenas implementar o Acordo de Paris, mas fazê-lo com uma ambição maior — afirmou.

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