Militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam, na tarde desta quarta-feira, a entrada do prédio onde funciona o escritório da Presidência da República, na Avenida Paulista, região central de São Paulo. De acordo com informações do portal G1, houve confusão quando a polícia tentou prender um manifestante. A PM usou bombas de gás para dispersar a multidão e uma guarita móvel foi derrubada na via.
Até o momento, cinco pessoas foram detidas e levadas para o 78º DP. Deputados de esquerda e advogados ligados ao grupo estão tentando liberar os manifestantes. Segundo Boulos, os deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Ivan Valente (PSOL-SP) e o ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP) estão envolvidos nas negociações.
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Os manifestantes protestam contra a suspensão de parte do programa Minha Casa Minha Vida. No último dia 17, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, revogou a portaria que habilitava a contratação de unidades habitacionais na modalidade entidades. A liderança do movimento afirma que 8 mil pessoas estão reunidas na região do prédio.
O ato se concentrou no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) por volta das 14h10min, a poucos quarteirões do escritório da Presidência. O protesto seguiu, então, pela avenida no sentido Rua da Consolação até o local. O coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, conclamou os participantes do protesto a acamparem no local.
– Aqui nós vamos permanecer até retomar a contratação de todas as moradias – disse aos militantes que ocuparam todo o saguão do prédio, onde também funciona um centro administrativo do Banco do Brasil.
– Ficaremos aqui por tempo indeterminado, até este governo ilegítimo devolver as moradias do povo. Estão jogando lenha na fogueira e vão incendiar este país – acrescentou Boulos.
No dia 22 de maio, em um protesto convocado pela Frente Povo Sem Medo, que reúne diversos movimentos sociais incluindo o MTST, manifestantes fizeram uma passeata até os arredores da casa do presidente em exercício, Michel Temer, em Pinheiros, zona oeste paulistana. Todos os acesso à praça onde fica a residência de Temer foram interditados pela Polícia Militar. Os militantes cercaram o local e montaram acampamento. No início da madrugada do dia 23, a Polícia Militar dispersou o grupo com bombas de gás e jatos de água.
Segundo o líder do MTST, integrantes do grupo foram agredidos pela Polícia Militar e espancados. A PM, por sua vez, nega o espancamento e diz que as repressões ocorreram porque um dos militantes usou fogos de artifício, o que seria vetado em atos públicos.
*Agência Brasil e Estadão Conteúdo