"No governo FHC, ele era chamado de Eliseu Quadrilha", diz Ciro Gomes sobre Padilha

Em entrevista ao Timeline da Rádio Gaúcha, Ciro Gomes (PDT) defendeu que o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff é "imoral", disse que o vice-presidente Michel Temer é "homem de Cunha" e disse que o ex-ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, era chamado de Eliseu Quadrilha no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Ciro Gomes jantou com Dilma na noite da quinta-feira. Questionado sobre os assuntos tratados na ocasião, o pedetista afirmou que a presidente está "serena e muito consciente da gravidade do que está acontecendo", mas compenetrada com suas obrigações de "preservar a democracia e a integridade do país". E criticou o vice-presidente Michel Temer.

- Em muitos aspectos, o governo da presidente Dilma é indefensável. O que nós temos que fazer, no entanto, é ajudar o povo a entender que o remédio para governo ruim não é interromper a normalidade democrática. Até porque o vice-presidente é tão responsável quanto ou pior. É um homem sem legitimidade. (...) O Michel temer é parceiro íntimo nas práticas e nas coisas erradas do Eduardo Cunha - disse.



O pedetistas afirmou que Dilma não se queixou de Temer durante o jantar:

- Ela só me disse aquilo que eu tenho dito ao Lula e a ela há anos, que é um erro grosseiro colocar esse lado quadrilha do PMDB na linha de sucessão.

Questionado se Temer estaria neste "lado quadrilha" do partido, Ciro Gomes respondeu:

- Sem dúvida nenhuma. Eu conheço o Michel Temer bastante bem, de longa data. Hoje o Michel Temer é homem do Eduardo Cunha, ninguém duvide do que estou falando. O Eliseu Padilha, aí do Rio Grande do Sul, era o homem que no governo do FHC era chamado pela crônica política de Eliseu Quadrilha. A Dilma errou ao colocar esse homem no governo, (mas ele foi) indicado pelo Michel Temer, é um homem do Michel Temer.

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Sobre as manobras de Cunha para protelar o processo contra ele, Ciro Gomes afirmou que ficará " escandalosa" a ação do deputado para impedir a execução da lei penal.

- A Justiça está com tudo provado que ele roubou uma montanha de dinheiro e hospedo na Suíça. Esse é o grande problema do Brasil hoje. Essa montanha de dinheiro ele distribuiu a metade com a escória que o cerca na Câmara. Essa é a nossa tragédia: nós temos hoje uma maioria de corruptos sustentando esse canalha - afirmou.