
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou, nesta quarta-feira, que qualquer partido tem o "direito democrático" de pedir sua saída, mas que não pretende se afastar.
- Eu não farei afastamento de nenhuma natureza. Vou continuar exatamente no exercício pelo qual eu fui eleito pela maioria da Casa. Estou absolutamente tranquilo e sereno com relação a isso.
Na iminência de ser denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por envolvimento no escândalo de desvios na Petrobras, o parlamentar ainda reagiu a um ofício da PGR encaminhado ao PSOL em que o órgão nega que investigações feitas na Casa tenham tido acesso aos computadores dos 513 deputados.
O PSOL havia encaminhado um pedido de explicações a Janot com base num relato de Cunha de que a ação realizada na Câmara vasculhou dados de todos os parlamentares.
No documento enviado ao partido, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, diz não só que é inverídica a informação, como classificou a afirmação de Cunha aos líderes partidários de "no mínimo leviana". Na ocasião, a ação na Casa foi solicitada pela PGR e autorizada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal.
Após o PSOL divulgar o conteúdo do ofício, Cunha imediatamente veio a público dizer que recebeu do corpo técnico da Casa a informação de que houve coleta de dados dos 513 deputados e que solicitou a certificação da informação para demonstrar que fala a verdade.
- Se ele (Janot) desprezou os dados e utilizou o que interessava, não significa que quando fizeram a busca e apreensão aqui não coletaram todos os dados. Eles pegaram o sistema inteiro. Isso me foi falado pela área técnica - afirmou.
Cunha avisou que responsabilizará a área técnica se a informação for incorreta e que poderá pedir eventualmente desculpas. Ele defendeu o respeito entre os Poderes e afirmou que não vai "bater boca com quem quer que seja".