A se confirmarem as previsões dos empresários da área de construção pesada, de que o ajuste fiscal empurrará para o freezer as principais obras federais de infraestrutura, estará configurado um dos maiores estelionatos da história do Rio Grande do Sul.
Nos últimos quatro anos, a presidente Dilma Rousseff fez dezenas de viagens ao Estado e, em todas, anunciou novas obras ou atualizou o andamento de projetos que mudariam o mapa da infraestrutura no Estado.
Em 2011, um ano depois da posse, Dilma anunciou a liberação de R$ 1 bilhão para o metrô de Porto Alegre. Dois anos depois, ampliou a promessa de recursos para um investimento que seria dividido com a prefeitura de Porto Alegre, o governo do Estado e um parceiro privado. Mesmo com a licitação em andamento para escolha do projeto, o metrô é uma miragem.
Em dezembro de 2013, durante ato de entrega de máquinas a dezenas de prefeitos, no Cais Mauá, a presidente anunciou a ponte do Guaíba, que deveria começar a ser construída até julho de 2014. Começou neste ano, mas a previsão dos empresários do setor é de que, por falta de dinheiro, o ritmo será mais lento do que o previsto inicialmente.
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No período áureo dos anúncios e contratações, a presidente chegou a prometer três grandes obras rodoviárias no mesmo dia: a extensão da BR-448 até Estância Velha, uma ligação direta entre Santa Maria e Santo Ângelo (continuação da BR-392) e melhorias para desafogar a BR-116 na Região Metropolitana.
Uma das obras mais esperadas, a duplicação da BR-116 entre Guaíba e Pelotas, é das poucas que não devem ser interrompidas, mas o atraso nos pagamentos reduziu o ritmo das empreiteiras. A esperada duplicação da BR-290 entre Eldorado do Sul e Pantano Grande está gravada nas placas instaladas ao longo dos quatro lotes, com custo e prazo de entrega definidos, mas corre risco de suspensão, junto com outras já contratadas.
Consciente do esgotamento da BR-290, o secretário dos Transportes, Pedro Westphalen, sugeriu ao ministro dos Transportes que inclua a rodovia no programa federal de concessões, repassando para quem vencer a concorrência a tarefa de executar a duplicação.
Para salvar essas obras da tesoura do ministro Joaquim Levy, é preciso que os políticos gaúchos troquem a postura contemplativa pela união em defesa de investimentos federais no Estado.
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Dilma, que deveria entrar para a história como a presidente que mais fez obras de infraestrutura no Rio Grande do Sul, corre o risco de ser lembrada como mais uma que prometeu e não cumpriu.
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Rosane de Oliveira: promessas de Dilma correm risco de virar pó
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Rosane de Oliveira
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