Yassin Salhi, suspeito de ter realizado na sexta-feira um atentado jihadista na região francesa de Lyon (centro-leste) e de ter decapitado seu chefe, continua sendo interrogado neste sábado pelos investigadores, que tentam encontrar eventuais cúmplices.
Após a comoção provocada pelos atentados de janeiro em Paris, seguidos por uma série de atos islamofóbicos em todo o país, as autoridades francesas se preocupam com as consequências deste novo ataque.
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O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, encurtou uma visita à América do Sul para participar na manhã deste sábado de um conselho de ministros restrito com o presidente francês, François Hollande.
- Diante do alto nível de ameaça, o governo seguirá agindo sem pausa nem trégua - disse ao término da reunião o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.
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No atentado contra a fábrica de gás industrial foram encontradas bandeiras islamitas perto da cabeça decapitada da vítima, que era o responsável por uma empresa de transportes na qual o principal suspeito do crime trabalhava.
Este ataque "criou uma tensão forte na sociedade francesa, que será explorada", disse o primeiro-ministro Valls à AFP no avião que o levava de Bogotá.
- Este ato macabro de decapitação, com preparo, com bandeiras, é algo novo na França - acrescentou, e disse acreditar que o ataque tem por objetivo intimidar.
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- É muito difícil para uma sociedade viver sob a ameaça de atentados durante vários anos. A questão não é saber se vai ocorrer um novo atentado, mas quando - acrescentou o primeiro-ministro.
É a primeira vez na França em que, em um ataque que suspeita-se que esteja relacionado ao jihadismo, a vítima aparece decapitada, um método utilizado com frequência pelo grupo Estado Islâmico (EI) em suas ações em Síria e Iraque, onde o grupo proclamou um califado.
No entanto, até o momento o ataque de sexta-feira não foi reivindicado.
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A principal instância representativa do Islã da França, o Conselho Francês do Culto Muçulmano, condenou o ataque e convocou o "conjunto da comunidade nacional à vigilância, unidade e solidariedade".
O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, líder da oposição de direita a Hollande, e a chefe da extrema direita Marine Le Pen pediram medidas rápidas para "acabar com o islamismo".
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