Há 68 anos a mesma família administra a rodoviária de Santa Cruz do Sul e assim deve permanecer por mais, pelo menos, 20 anos. Isso porque os Matte ganharam a nova licitação e estão no rol de 45 contratos já assinados desde o início da força-tarefa do governo.
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Para os moradores, a estação pouco mudou desde sua inauguração - algumas publicidades pintadas nas paredes remetem a empresas extintas e com telefone ainda com apenas sete dígitos. A comunidade reclama das condições oferecidas.
- É tudo muito aberto, a gente passa frio. A sala de espera é pequena, com bancos de madeira desconfortáveis. Tem venda de passagem online, mas nunca funciona - afirma uma moradora que prefere não se identificar.
Atual administrador, Reinaldo Carlos Matte rebate dizendo que foram feitos investimentos no local, como disponibilização de internet wi-fi, sistema de pagamento com cartões e a venda de passagens pela internet. Ainda assim, promete uma "revitalização geral" no complexo de 5,9 mil metros quadrados para os próximos meses, o que não vinha sendo feito em razão das indefinições das licitações.
- Vamos ampliar e climatizar o setor de passagens e a sala de espera, reformular os banheiros e o espaço de bagagens e encomendas. Vamos modernizar todo o trabalho - garante Matte.
Segundo o cabeleireiro João Fontoura Noronha, de 74 anos, que há 30 anos trabalha na rodoviária, a principal mudança é o esvaziamento da estação.
- Na década de 80, tinha mais de 5 mil pessoas por dia passando por aqui. Hoje, tem dia que não passa mil. Os ônibus começaram a pegar as pessoas no Centro e aqui, de muitos, só desce o motorista e o cobrador - observa Noronha.
* Zero Hora