Escritor peruano Mario Vargas Llosa foi escolhido ontem para receber o maior prêmio da literatura mundial e um cheque de US$ 1,6 milhão. Na semana que vem, ele estará na Capital como conferencista do ciclo Fronteiras do Pensamento
O prêmio mais cobiçado da literatura mundial foi para um latino-americano. Aos 74 anos, o escritor peruano Mario Vargas Llosa recebeu na manhã de ontem, em Nova York, a notícia de que havia sido agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura de 2010. No início, pensou que fosse trote.
- Há muitos anos eu pensava que não estava entre os candidatos. A verdade é que foi uma surpresa muito grande. Pensava que era uma brincadeira - disse o escritor, que dá aulas na Universidade de Princeton e será o conferencista do ciclo Fronteiras do Pensamento, em Porto Alegre, na próxima quinta-feira.
O autor foi laureado, segundo a Academia Sueca, pela "cartografia de estruturas de poder e suas provocantes imagens de resistência individual, vitória e derrota". O prêmio e um cheque de US$ 1,6 milhão serão entregues dia 10 de dezembro, em Estocolmo.
- Ele havia levantado às 5h para dar aulas. Recebeu a ligação informando às 6h45min, enquanto trabalhava intensamente - disse Peter Englund, presidente do júri do Nobel de Literatura.
Com sua obra traduzida para mais de 30 idiomas (confira uma bibliografia básica na página 5), Llosa é bastante conhecido por sua atuação na esfera política. Em 1987, passou a ser um crítico contumaz do primeiro governo de Alan García, no Peru. Três anos depois, concorreu à presidência do país, tendo sido favorito até o surgimento da candidatura do então desconhecido engenheiro Alberto Fujimori, que o derrotou no segundo turno. Foi o fim de sua carreira política.
O filho mais velho do romancista, o jornalista Alvaro Vargas Llosa, comentou sobre o júbilo familiar:
- Felicitei meu pai e logo disse: "Agora nos livramos para sempre da bendita pergunta de todos os anos de por que não dão o Nobel a Mario Vargas Llosa".
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