Jean Pierre Gonçalves Lima apitou o fim do jogo entre Athletico-PR e São Paulo, pelo Brasileirão de 2023, e colocou as mãos na cintura. Mal sabia ele que ali ele trilava o apito pela última vez, ao menos em competições da CBF. Era 23 de julho. Desde então, o árbitro gaúcho não trabalhou mais em campeonatos organizados pela entidade.
São quase 500 dias de uma geladeira sem precedentes em tempos modernos na Comissão de Arbitragem da instituição que rege o futebol Brasileiro. Tudo teria começado em um lance da partida disputada na Arena da Baixada.
No começo do jogo, o zagueiro Zé Ivaldo, do time paranaense, desferiu uma cotovelada na nuca do palmeirense Endrick. A penalidade foi assinalada. O cartão amarelo foi apresentado ao defensor. O VAR considerou que o lance era passivo de vermelho. Jean Pierre manteve a cor da decisão de campo.
— O Jean Pierre está a uma distância muito longa da ação. Espera-se em que ações profundas na área de meta, o árbitro tenha uma aproximação maior para ver detalhes — posicionou-se Wilson Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem, no Papo de Arbitragem, programa no site da CBF em que ele analisa as polêmicas da rodada.
— Essa ação deveria ter sido considerada com um cartão vermelho — complementou.
A manifestação não teria agradado o árbitro gaúcho. Publicação do Lance! revela que Jean Pierre já estava descontente com as poucas oportunidades que recebia à época.
O erro lhe renderia uma suspensão, a chamada reciclagem, situação recorrente no mundo da arbitragem. Quando Seneme ligou para informar o árbitro sobre o afastamento, eles teriam se desentendido.
O dirigente teria se sentido desrespeitado. A situação, segundo a publicação, não deve mudar enquanto Seneme comandar o departamento.
Jean Pierre está com 44 anos. A CBF permite que o árbitro atue até os 55 anos. A reportagem entrou em contato com ele, mas Jean optou por não se manifestar sobre o tema. No momento, ele atua em partidas de competições da Federação Gaúcha de Futebol.