Uma lesão muscular no posterior da coxa impediu Paulo André (CAES-ES) de levar o ouro e tentar a vaga olímpica na final dos 100m do Troféu Brasil, disputado no Centro de Treinamento do Comitê Paralímpico Brasileiro, em São Paulo. O velocista liderava a prova com vantagem, quando sentiu o problema e caiu. Felipe Bardi (Sesi-SP), segundo nas eliminatórias, acabou vencendo a prova com 10seg05, muito perto do índice de 10 segundos. Hygor Gabriel (Projeto Atletismo Campeão-PE) surpreendeu ao levar a prata (10seg13), com Erick Cardoso em terceiro (10seg19).
— É uma grande honra correr com o Hygor, menino novo que conseguiu a prata, e o Eric, meu parceiraço, meu irmão, que conseguiu o bronze. Infelizmente teve a lesão do PA, mas eu espero que ele se recupere até os Jogos Olímpicos, porque a gente precisa dele — disse Bardi.
Paulo André chegou à final com o melhor tempo das semifinais: 10s12, perto do índice olímpico, superando os 10s23 de Felipe Bardi. Na final, estava bem, mas a queda após o problema na coxa trouxe preocupação. Ele tem ranking para estar em Paris, mas a lesão pode impedi-lo de competir em Paris. Faltam 29 dias para a olimpíada.
Paulo André saiu da pista em uma cadeira de rodas e não conseguiu segurar as lágrimas, dando pistas que o problema é grave e pode custar o sonho de buscar uma medalha olímpica.
17º título e recorde
Garantido para os Jogos de Paris-2024, Caio Bonfim (Caso-DF) confirmou todo seu favoritismo nos 20 mil metros da marcha atlética para se tornar o primeiro atleta sul-americano a completar a prova com menos de 1h20min.
A 17ª conquista de Caio Bonfim na prova veio com 1h19min52seg1, garantindo o recorde sul-americano, brasileiro e do campeonato em pista, superando a marca de 1h20min13s6 anotado por ele em Bragança Paulista, em abril de 2021. Max Batista levou a prata (1h20min24seg0) e o bronze terminou com Matheus Liz Correa (1h20min51seg4).
— Foi uma prova maravilhosa, gostei por ser o primeiro atleta sul-americano a correr esse tempo em pista. Esse ano eu quis me desafiar, correr em vários circuitos e em pista também. Isso traz confiança para chegar em Paris da melhor forma possível — celebrou Caio Bonfim, que embarca para Serra Nevada, na Espanha, para fazer a sua preparação final aos Jogos Olímpicos, no qual, buscará uma medalha e está bem confiante.
— Esperança é a palavra. Quero chegar na melhor forma possível para estar na briga. Na última Olimpíada era o 22º e fiquei em quarto. É pé no chão, literalmente, chegar na melhor forma possível para estar na briga. É boa forma, cabeça erguida e sonhar. Olimpíada é sonho— afirmou o brasiliense dono de duas medalhas de bronze em mundiais.
No feminino, Viviane Lyra (Praia Clube-Exército-Futel-MG) também bateu o recorde brasileiro e de pista, ao completar a prova com 1h30min38seg3, superando Erica Sena, do Pinheiros (SP), que fez 1h32min06seg0) e Gabriela Muniz (Caso-DF), que fez 1h34min34seg3 e garantiu o bronze.
100m feminino tem domínio do Pinheiros
O pódio foi todo de atletas do Pinheiros (SP). Ana Carolina levou a medalha de ouro com o tempo de 11seg18 e encaminhou a classificação olímpica pelo ranking mundial. Gabriela Silva Mourão ficou com a prata (11seg32) e Lorraine Barbosa Martins conquistou o bronze (11seg51).
— Eu sempre bati na trave – ficava em quarto lugar, em terceiro, segundo já era difícil, o terceiro sempre estava beliscando. Por isso que quando eu passei na linha soltei um palavrão, porque estava engasgado — disse a velocista.
Tatiane conquista pela 11ª vez a prova dos 3.000 metros com obstáculos
Em seu primeiro ano defendendo como atleta do Pinheiros, Tatiane Raquel da Silva venceu a prova dos 3.000 metros com obstáculos pela 11ª vez consecutiva, agora com o tempo de 10min00seg32. Além da vitória, a atleta falou dos fatores externos que interferem na prova, como o clima. Completou o pódio a também Pinheirense Mirelle Leite da Silva, que ficou em segundo com o tempo de 10:14.37.