Bia Haddad Maia voltou a fazer história no tênis brasileiro na noite desta quarta-feira (26), manhã de quinta pelo horário australiano. Ela e a casaque Ana Danilina derrotaram as favoritas Shuko Aoyama e Ena Shibahara por 2 sets a 1, com parciais de 6/4, 5/7 e 6/4, e avançaram à final das duplas do Aberto da Austrália. As japonesas eram as cabeças de chave número dois.
Jogando na Rod Laver Arena, a quadra central do torneio, Bia e Danilina dominaram o set inicial, desperdiçaram um match point na segunda parcial e precisaram suar para se recuperar e fechar o confronto no terceiro set. O sofrimento vem fazendo parte da campanha da dupla, que conquistou três das quatro vitórias anteriores de virada, por 2 a 1.
Elas ainda não sabem quem vão enfrentar na final, no domingo. A definição sairá do confronto entre as checas Barbora Krejcikova e Katerina Siniakova e a dupla formada pela russa Veronika Kudermetova e pela belga Elise Mertens.
Embaladas, brasileira e casaque somam agora nove vitórias consecutivas, somando os triunfos obtidos no WTA 500 de Sydney, do qual foram campeões na semana anterior ao Aberto da Austrália.
Mirando feito de Maria Esther
Com o novo triunfo, Bia se tornou a terceira brasileira finalista de um Grand Slam. Antes dela, só chegaram a uma decisão deste nível a lenda Maria Esther Bueno e Cláudia Monteiro, vice-campeã nas mistas em Roland Garros, em 1982 - na ocasião, formou dupla com o compatriota Cássio Motta.
Se vencer no domingo, Bia se tornará a primeira campeã brasileira de um Grand Slam na chamada "Era aberta" do tênis, que começou em 1968 e profissionalizou a modalidade. Somente Maria Esther ganhou torneios de Major entre as brasileiras (foram 19 ao todo!), mas antes deste período.
O título no domingo, se vier, fará a tenista de 25 anos igualar a lenda brasileira. Maria Esther, falecida em 2018, foi campeã nas duplas na Austrália em 1960. Cinco anos depois, foi vice em simples.
A boa fase de Bia na Austrália confirma o crescimento das duplas femininas do Brasil. No US Open do ano passado, Luisa Stefani era favorita para chegar à decisão quando se machucou durante a semifinal. Um mês e meio antes, ela e Laura Pigossi conquistaram a medalha de bronze nos Jogos de Tóquio, o primeiro pódio do tênis brasileiro numa Olimpíada.
No masculino, o Brasil vem brilhando nas duplas desde o início dos anos 2000, com André Sá. Ele abriu caminho para Bruno Soares e Marcelo Melo. O primeiro soma seis títulos de Grand Slam, entre troféus nas duplas masculinas e mistas. Melo levantou os troféus de Roland Garros e Wimbledon.