O contrato de Neymar com o PSG, válido até 2022, não prevê multa rescisória, mas isso não significa que o jogador ficará amarrado ao time de Paris pelos próximos dois anos. O regulamento sobre status e transferências de jogadores da Fifa permite que o brasileiro, a partir do meio deste ano, rescinda de forma unilateral seu vínculo e se transfira para outro clube mediante o pagamento de uma indenização calculada pela entidade que rege o futebol mundial.
A possibilidade está no radar do Barcelona e reacende o interesse em repatriar o atacante.
Segundo o regulamento da Fifa, um atleta de menos de 28 anos, ao assinar com um clube, entra no que se chama de "período protegido". Esse período tem duração de três anos ou três temporadas, o que vier primeiro, a contar a partir da assinatura do vínculo. Durante esse tempo, as regras para a rescisão de contrato sem acordo entre as duas partes são extremamente rígidas.
O jogador que forçar a rescisão de contrato durante o período protegido fica exposto a sanções esportivas: o artigo 17 do regulamento sobre status e transferências prevê suspensão de quatro a seis meses. O clube que contratar o atleta que forçou a rescisão responde por aliciamento e pode ser proibido de registrar reforços por dois períodos de transferências consecutivos.
Ambos ainda precisam indenizar a equipe anterior. Até o meio do ano, Neymar e o Barcelona estariam expostos a esses riscos caso adotassem uma postura mais agressiva para concretizar a mudança.
A partir de agosto, o cenário muda. Tendo assinado com o PSG em 2017, aos 25 anos, Neymar não estará mais no período protegido e terá direito de rescindir unilateralmente seu contrato, mesmo sem previsão de multa.
Se o jogador tomar essa decisão, uma indenização será calculada pela Justiça Desportiva internacional com base nos custos que o PSG teve e nos valores envolvidos no restante do contrato. Mediante o pagamento, o atleta é livre para trocar de ares sem qualquer tipo de punição ou impedimento.
O UOL Esporte apurou que o Barcelona está ciente da possibilidade, que é hoje vista como o caminho mais promissor em uma tentativa de repatriar o brasileiro. O entorno de Neymar também já estudou a questão, mas não fala publicamente sobre o assunto. Existe até uma estimativa de cálculo da indenização, entre 160 milhões e 170 milhões de euros.