O presidente afegão, Ashraf Ghani, pediu à justiça de seu país que investigue as acusações de abuso sexual contra as jogadoras da seleção feminina, um caso que "comove" a todos os afegãos.
No sábado, a Fifa anunciou que "estudava" estas acusações, reveladas na véspera pelo jornal britânico The Guardian.
Segundo o jornal, Khalida Popal, ex-capitã da seleção, recolheu testemunhos de abusos sexuais, ameaças de morte e estupros no Afeganistão, especialmente em sedes da federação, assim como durante uma concentração da equipe na Jordânia.
"É uma comoção para todos os afegãos. Qualquer forma de má conduta contra atletas, homens ou mulheres, é inaceitável. Não tolero qualquer abuso sexual", alertou Ghani em nota.
"Eu pedi ao procurador-geral que abra uma investigação exaustiva, conforme nossos códigos jurídicos", completou o presidente, que pediu também "a implementação de uma estrutura legal para evitar incidentes assim em nossas federações esportivas".
O procurador-geral do Afeganistão, Farid Hamidi, afirmou que "encarregou uma equipe a abrir uma investigação sobre este caso" com a ideia de "terminar as pesquisas antes do final da semana e publicar as conclusões preliminares".
Na segunda-feira, o presidente do Comitê Olímpico afegão, Hafizullah Wali Rahimi, declarou à imprensa local que "sempre existiram abusos por parte dos dirigentes da federação, técnicos ou atletas. No passado, recebemos denúncias. Estes fatos são indiscutíveis".
Já o secretário-geral da Federação Afegã de Futebol (AFF), Sayed Alireza Agazada, negou no sábado estas "histórias falsas". "Nenhum abuso sexual foi cometido contra nenhuma garota da seleção", garantiu em coletiva de imprensa.
O Afeganistão vem promovendo o futebol feminino e lançou há quatro anos um campeonato nacional. Mas, em 2017, a competição foi suspensa por falta de financiamento.
* AFP