A Federação de Boxe do Estado do Rio de Janeiro abre, neste sábado (31), o calendário anual com a realização do Rio Open Boxe. O evento está marcado para às 18h, na KS Academia, na Barra da Tijuca. A entrada é gratuita, no entanto, os organizadores pedem um quilo de alimento não-perecível para ajudar instituições filantrópicas. O evento vai contar com grandes nomes, como a campeã brasileira Rebeca Lima e Michel Soares, um dos melhores no ranking sul-americano atualmente.
Todas as lutas são da categoria Elite (adulto), com lutas masculinas e femininas. O card está dividido em quatro lutas preliminares e mais quatro principais. Também subirão ao ringue duas escolas que têm mostrado sua força no cenário fluminense e nacional: a Luta pela Paz (Complexo da Maré) e Todos na Luta (Vidigal).
Presidente reeleito da FBERJ, Cesário Figueiredo falou sobre a proposta da realização do evento, afirmou que pretende tornar o Boxe cada vez mais próximo do público como uma opção de entretenimento e revelou que o Rio Open Boxe vem tendo grande apoio do ator Cauã Reymond, que é faixa-preta de Jiu-Jitsu, mas que também pratica o Boxe como um hábito saudável.
"A proposta desse evento é a gente dar uma 'embalagem' a um produto que a gente já considera com muita qualidade, que é o Boxe do Rio de Janeiro, porque somos o atual campeão nacional. Além disso, a gente exporta atletas para outros estados poderem disputar campeonatos nacionais. Ou seja, a gente tem um produto de bastante qualidade, mas ainda não temos essa 'roupagem' ainda no Rio de Janeiro. O Rio ainda não conseguiu, de um modo geral, criar uma organização onde a gente pudesse exibir esses atletas, então a nossa ideia é essa... Estar criando esse palco para que esses atletas tenham a oportunidade de estar se apresentando em solo carioca. A expectativa para o evento é de que tenha boas lutas, muita organização, que a gente tenha uma boa aceitação do público, que eles possam identificar o Boxe como fazem os europeus, asiáticos e americanos. Que eles tenham o Boxe como um produto para estar entretendo com mais aproximação, essa é a nossa proposta. A gente quer criar essa aproximação e cada vez mais qualificar esse produto em termos de entretenimento. Uma das orientações foi fazer as lutas em quantitativo igual entre homens e mulheres. Essa foi uma das orientações que o Cauã Reymond me deu e que eu achei muito interessante", disse Cesário, que falou um pouco mais sobre como vem sendo a contribuição de Cauã na organização e realização do evento.
"A forma que o Cauã está contribuindo para esse evento vem de muito tempo. Na verdade, eu dou aula para ele há muito tempo, e nos últimos três anos, a gente teve uma aproximação muito grande, em razão dele passar a treinar mais Boxe como qualidade de vida, então a gente tem aí, duas ou três vezes na semana, aulas em que a gente tem muito contato, temos um diálogo muito bom, até porque ele tem uma preocupação muito grande em relação ao social, a formatação de uma plataforma autossustentável, então ele está sempre me orientando, dando conselhos de caminhos que eu posso estar tomando para que esse negócio seja bem sucedido. Então, esse negócio foi criado há muito tempo, onde a gente entendeu que a melhor forma seria estar fazendo o evento e dando a grana para os atletas, porque a gente sabe que não tem remuneração, os atletas lutam por amor. Então, ele fez questão de dar esse valor para que a gente pudesse iniciar um novo formato... Os atletas, no mínimo, terem uma grana para justificar seus gastos. É uma ideia que, na verdade, é muito ampla. Desde a criação do modelo, do comprometimento, da entrega, até agora, a gente buscar esse novo salto, que é a sustentabilidade do esporte. Ele tem me orientado bastante nesse sentido, de planejar, executar e entregar", explicou o presidente da Federação carioca de Boxe, que ainda falou da relação do ator com a modalidade.
"Ele treina sempre, duas ou três vezes por semana. A gente tem muito diálogo sobre Boxe, hoje ele assiste com mais frequência e temos muitas conversas sobre o esporte. É muito a rotina do futuro... Dialogar sobre outras modalidades. Hoje, a gente entende que a grande massa vive em torno do futebol, mas as pessoas já estão um pouco cansadas só de futebol. Não é nem que o futebol seja um problema, que seja cansativo, mas não tem a oferta de um outro esporte, então é natural que as pessoas busquem essa diversidade, porque não dá para ser tão monótono, então eu acho que a grande mídia deve se atentar a isso", concluiu.
Cauã exalta paixão pelo Boxe
Com anos dedicados ao Jiu-Jitsu, onde é faixa-preta, Cauã Reymond encontrou uma outra paixão recentemente nos esportes de luta. O ator já pratica Boxe há alguns anos e, com a proximidade de Cesário Figueiredo em sua vida, resolveu apoiar a modalidade, e se tornou "padrinho" da Federação de Boxe do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, investiu 10.000 reais para ajudar a produzir o evento Rio Open Boxe.
"O fato de um esporte com poder de transformação tão grande, que já tirou tantos jovens do tráfico, enfrentar dificuldades para se firmar e conseguir patrocínio é algo que me entristece profundamente. Se vamos conseguir atrair investimento, eu não sei. Mas, se a molecada se divertir e mostrar o que sabe nessa competição, eu já fico satisfeito. Queremos revelar o talento desses meninos", disse Cauã, em entrevista à Veja Rio.
CARD COMPLETO:
Rio Open Boxe
Sábado, 31 de março de 2018
KS Academia, na Barra da Tijuca (RJ)
Card principal
60 kg - Ellen Araújo (Vidigal) x Rebecca Lima (Maré)
58 kg - Thaís Camila (Vidigal) x Mirian Cruz (Maré)
69 kg - Uendel Santos (Vidigal) x Michel Soares (Maré)
+91 - Ualace Farias (Vidigal) x Magno Strubell (Maré)
Card preliminar
60 kg - Joel Abreu (Vidigal) x Matheus Mendonça (Maré)
64 kg - Cosme Henrique (Vidigal) x Victor Lucas (Maré)
64 kg - Lucas Souza (Vdigal) x Daniel Barbosa (Maré)