Ian McCall, de 33 anos, não luta desde janeiro de 2015. Em fevereiro deste ano, enfrentaria Jarred Brooks, mas problemas gastrointestinais o fizeram desistir no dia do combate. Os problemas do lutador, no entanto, são maiores. Com sintomas de esquecimento, bipolaridade e ataques de raiva, o americano faz um tratamento para danos cerebrais e pode nunca mais voltar ao octógono – principalmente pelos baixos ganhos no UFC, que para ele são de US$ 16 mil por luta, além de um bônus de US$ 16 mil em caso de vitória.
– Não quero dizer nada ruim sobre o UFC. O UFC cuidou de mim desde o primeiro dia. Nunca foram injustos comigo, nunca me fizeram algo ruim. É minha culpa. Eu que sou o responsável. Escolher este esporte (MMA) como profissão... usar muitos remédios quando eu estava machucado ou fora. Tem muita coisa errada com o meu cérebro, não são apenas os socos. E, sobretudo, 15 anos lutando profissionalmente não te fazem bem – disse McCall, em uma entrevista ao site MMA Fighting.
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Ian McCall faz um tratamento de estímulos cerebrais para evitar danos futuros. Estudos de lesões na cabeça têm sido comuns em ex-jogadores de futebol americano e hóquei nos Estados Unidos, mas vários lutadores também apresentam sinais – que podem resultar em demência, depressão e outros problemas.
– Toda a minha carreira é um arrependimento. Ninguém fala sobre isso, as pessoas lutam contra isso. Eu não vou lutar contra isso – garantiu.
Ian McCall chegou ao UFC no início de 2012 como um dos melhores pesos mosca do mundo – à época, tinha 11 vitórias e duas derrotas na carreira, que começou profissionalmente em 2002.
Na estreia no Ultimate, empatou com Demetrious Johnson na semifinal do torneio que determinaria o campeão inaugural da categoria – ele chegou a ter a vitória anunciada, mas um erro na contagem foi corrigido, e o empate foi oficializado. Na revanche, perdeu para Johnson. Depois, sofreu nova derrota para Joseph Benavidez. Suas únicas vitórias no UFC foram em sequência, contra Iliarde Santos e Brad Pickett. Na última luta, em 2015, perdeu para o brasileiro John Lineker.
