Giuliano vive a expectativa de jogar sua primeira Copa do Mundo. E em casa. O meia de 27 anos foi destaque do Zenit na última temporada, quando deu até passe para gol na inauguração da arena que recebe a abertura da Copa das Confederações a partir de sábado e será sede do Mundial em 2018. Fernando está fora do radar de Tite, mas também vive a atmosfera da Copa. O Spartak Stadium, casa do seu time, atual campeão nacional, foi o primeiro estádio pronto para 2018. Os dois jogadores contam como está o clima para o torneio em São Petersburgo e Moscou – onde está, desde domingo (11), o repórter do Grupo RBS Eduardo Gabardo.
ENTREVISTA: FERNANDO, JOGADOR DE SPARTAK
Você já percebe clima de Copa na Rússia? Como é atuar nas sedes do Mundial?
Aos poucos, estamos conhecendo os novos estádios. O que mais me chamou a atenção foi o do Krasnodar (que, na verdade, não será sede da Copa), é muito bonito e moderno. O nosso, do Spartak, também ficou legal. Isso aumentou o nível do campeonato russo. Sobre clima de Copa, como Moscou é uma cidade muito grande com um trânsito muito, mas muito complicado, nem saio de casa. Mas claro que dá para ver alguma coisa de obra. Parece que tudo está bem organizado.
Você já tinha jogado na Ucrânia e estava na Sampdoria. Por que voltou ao leste europeu?
Meu objetivo não era voltar, até por já ter morado na Ucrânia e ter passado por aquela situação de guerra, aquela aflição toda. Mas o Spartak apresentou uma proposta muito boa e um projeto de fazer um time forte para ganhar o campeonato local depois de 16 anos sem títulos. O que conseguimos.
O que dá para esperar da seleção russa jogando em casa?
A seleção passa por um momento de incerteza. Não está consolidada, e o sistema de jogo tem passado por muitas alterações. Não está bem preparada, mas tem bons jogadores. Pode fazer um bom papel.
O que podemos esperar do comportamento dos torcedores russos?
Aqui, o primeiro esporte é o hóquei, mas o futebol também é muito popular. O meu time, o Spartak, tem uma torcida absurda. Todos os jogos em casa são com, pelo menos, 30 mil torcedores. Como não é todo dia que se pode sediar uma Copa, acho que será uma grande festa.
Você percebe muita preocupação com segurança?
Depois daquele atentado em São Petersburgo, todos ficaram apreensivos. Mas pode acontecer em qualquer lugar. Pelo que vejo, o país é muito seguro. Por onde quer que você vá, há detectores de metais.
O Tite vai fazer observações. Você ainda tem esperança de ser chamado?
Esperança sempre tenho, até porque estou fazendo um bom trabalho. Mas tenho de fazer meu serviço bem feito aqui no Spartak e aguardar. Sempre com esperança.
ENTREVISTA: GIULIANO, JOGADOR DO ZENIT
Que avaliação você fez da sua primeira temporada na Rússia?
Fomos bem na Liga Europa, individualmente tive um papel muito importante. No Campeonato Russo, tivemos de correr atrás porque, na primeira parte da temporada, estávamos com duas competições, e isso complicou um pouco.
Depois da primeira temporada na Rússia, dá para dizer que foi uma boa escolha? Está feliz?
Muito, principalmente com meu desempenho e minha evolução. Na minha carreira, gosto de evoluir e ter novos desafios. Voltar ao leste europeu, dessa vez para uma equipe muito maior, que joga Liga dos Campeões e Liga Europa e tem estrutura muito boa, tudo isso me deixou muito satisfeito. Além da cidade, que é fantástica para se viver. Tiro apenas a parte do frio rigoroso no inverno.
Você conseguiu voltar à Seleção. Como avalia a possibilidade de jogar a Copa no país em que mora atualmente?
Fui chamado por Tite pelo trabalho no Grêmio. Os dois anos na Arena me deram condição de voltar à Seleção. Só tinha feito um jogo pelo Zenit antes da primeira convocação do Tite. Depois, claro, teve a continuidade do trabalho na Rússia. Tem uma disputa muito grande, sempre há jogadores novos surgindo no Brasil, mas estou muito confiante.
Fale um pouco mais de São Petersburgo, uma das principais sedes da Copa e destino de muitos turistas. Gosta da cidade?
Gosto bastante. Claro que tem mais trânsito do que Porto Alegre e Curitiba, as cidades em que morei no Brasil. São 6 milhões de habitantes, é uma cidade muito bonita e histórica. Há vários museus e bons restaurantes. No comércio, é fácil achar pessoas que falem inglês. Nessa época, a temperatura está boa e há o que por aqui chamam de "noite clara". São 24 horas com a luz do dia, não escurece. Pra quem nunca viu, vale a pena.
Você tem visto muitas obras no país? Como está a situação nos aeroportos, por exemplo?
As viagens que fazemos são no avião particular do Zenit, então nem passamos pelos terminais principais dos aeroportos. Mas, nas ruas, dá para ver que há obras para melhorar a mobilidade urbana.
Acompanhe nos veículos da RBS a cobertura do repórter Eduardo Gabardo direto de Moscou, onde estará até quarta-feira (14), data que marca a contagem regressiva de um ano para a Copa da Rússia.