A repercussão em torno do polêmico uso do auxílio tecnológico em uma semifinal de Mundial de Clubes não passou em branco pela arbitragem brasileira. Representante da Conmebol no Ifab e instrutor de árbitros da CBF, Manoel Serapião Filho garantiu que episódios como o pênalti polêmico apontado na vitória por 3 a 0 do Kashima Antlers sobre o Atlético Nacional dão margem para cautela:
– Nossa grande briga é de que os lances apontados pelo árbitro de vídeo sejam claros e indiscutíveis, por exemplo. Por exemplo, dúvidas se a bola entrou ou não, ou um impedimento. Já os lances de interpretação não estariam sob o ponto de vista de um árbitro de vídeo.
Aos olhos do ex-árbitro, a situação ocorrida em Yokohama (JAP) traz alguns alertas para a sequência dos estudos do uso de vídeo à beira do campo. O maior deles, é o andamento das partidas de futebol:
– O futebol não pode perder sua essência. O exemplo de hoje é preciso. No lance abordado, o árbitro de vídeo tem de assistir à jogada e, após oito a 15 segundos, dar uma resposta, e não demorar tanto tempo. O impacto cultural de uma reação como esta será muito grande.
Serapião aponta como está a perspectiva da entrada de recurso de vídeo nos gramados do futebol brasileiro:- Estamos pensando em 2017, mas dependemos de uma resposta da Fifa. A princípio, o uso do recurso seria restrito a jogos da Série A. Mas temos de analisar a maneira como isso iria impactar o andamento de jogo. Temos de aguardar.
*LANCEPRESS