Depois da eliminação para o Juventude no Gauchão, o Inter estreou na Copa Sul-Americana com empate contra o Belgrano, na última terça-feira (2), em jogo que teve Rafael Borré perdendo chances claras, mas que novamente o time repetiu a dificuldade de criação.
Diante disso, GZH projeta alternativas táticas que Eduardo Coudet pode fazer para tentar recuperar uma maior produção ofensiva, como nos melhores momentos do Estadual.
Coudet não costuma abrir mão de ter como sistema base o 4-1-3-2, mas faz variações de posicionamento dentro desse esquema. Jogadores de diferentes posições de origem podem ocupar o mesmo espaço no campo.
Por exemplo, Renê, lateral-esquerdo, faz a saída de três com os zagueiros enquanto Wanderson, extrema, inicia como meio-campista e tem a missão de dar amplitude no lado esquerdo.
O Inter pode ter a mesma formação ofensiva com um lateral, no caso Bernabei, de características ofensivas, ocupando o setor esquerdo e um volante recuando para fazer a saída de três com os zagueiros. Era assim que Coudet jogava em sua primeira passagem pelo Inter e também foi dessa maneira que atuou na maior parte do tempo em seus trabalhos de sucesso na Argentina em Racing e Rosario Central.
Como o Inter iniciou contra o Belgrano
Inter na fase ofensiva contra o Belgrano
Novos jogadores à disposição
Na Sul-Americana e no Brasileirão, Coudet pode utilizar jogadores que não estavam inscritos no Gauchão, casos do atacante Borré, dos volantes Thiago Maia e Fernando e do lateral-esquerdo Bernabei. Os três primeiros foram titulares diante do Belgrano, enquanto o defensor argentino ficou no banco em Córdoba.
Na Argentina, Coudet não contou com Valencia e Alario, ambos em recuperação, e Aránguiz, que passou por um procedimento ocular. Já Mercado ficou no banco por opção. A justificativa de Coudet foi de querer testar o volante Fernando como zagueiro.
Para os próximos compromissos, diante do Real Tomayapo, pela Sul-Americana, e Bahia, no Brasileirão, Coudet já deverá contar com as voltas de Valencia, Alario e até mesmo Aránguiz. Com mais opções, estará aberto um leque para buscar alternativas.
Onde Alan Patrick rende melhor?
O posicionamento de Alan Patrick é um debate desde o começo do ano a partir das chegadas de Borré e Alario, já que o meia teve bom desempenho na temporada passada atuando como atacante. Durante o Gauchão, Coudet usou o camisa 10 recuado como meio-campista em jogos contra Santa Cruz, Novo Hamburgo e Brasil de Pelotas desde o início e também no decorrer de jogos. No Gre-Nal, por exemplo, Alan Patrick sofreu o pênalti da vitória colorada.
Como meio-campista, Alan Patrick recebeu na entrelinha, tendo Alario e Lucca como dupla de ataque a sua frente
Ainda no começo da temporada, Coudet admitiu preferência por ter dois atacantes de ofício na frente dos meias e mostrou-se disposto a usar Alan Patrick recuado. O treinador, no entanto, admitiu que a solução para montar um time mais ofensivo é com todos correndo bastante.
— Se vocês olharem para os times que treinei, sempre meus times jogaram com um volante, três meias e dois atacantes. A solução é correr. Todos podem jogar juntos se correm. Eu gosto de times que correm e brigam. Não gosto de falar de um nome, mas estamos falando de um jogador muito importante, nosso capitão (Alan Patrick), que se moldou a diferentes posições e maneiras de jogar — declarou Coudet após a vitória sobre o Avenida, na estreia do Gauchão.
Sustentação no meio-campo
Para ter, por exemplo, dupla de ataque com Valencia e Borré e Alan Patrick recuado no meio-campo, Coudet pode optar por cercar o camisa 10 de jogadores com maior capacidade de marcação. Dessa forma, nomes como Mauricio e Wanderson podem perder espaço.
Uma formação com dois volantes ao lado de Alan Patrick não pode ser descartada. Com essa formação, Coudet poderia fazer pequena variação em seu 4-1-3-2 para um 4-3-1-2 dando aos homens de lado do meio-campo maior tarefa defensiva para permitir liberdade a Alan Patrick.
Um possível Inter com três volantes
Usar os lados do campo
Dentro da ideia de abrir mão de Wanderson e contar com quatro meio-campistas, Coudet precisará encontrar uma forma de manter a amplitude pelo lado esquerdo, o papel que o camisa 11 faz atualmente. Renê, lateral-esquerdo titular, não tem essa característica e por isso vem sendo usado como um construtor ao lado dos zagueiros.
Ou seja, essa mudança no meio-campo favoreceria para Bernabei ganhar a titularidade no time colorado. Isso porque o lateral-esquerdo contratado do Celtic, da Escócia, tem uma característica ofensiva, parecida com a de Bustos na direita.
Como seria o Inter na fase ofensiva com Bustos e Bernabei na amplitude
Os novos reforços permitem a Coudet ter um elenco que possa disputar Sul-Americana, Brasileirão e, posteriormente, a Copa do Brasil de forma sumultânea. Ainda que tenha um sistema tático favorito, o treinador terá possibilidade de fazer variações dentro dele por conta das características diferentes de seus jogadores.