
A disseminação do coronavírus limitou aglomerações de pessoas e, consequentemente, tirou o público dos estádios. Na Europa, diversas federações e clubes estão inventando métodos de suprir a ausência da torcida. Há iniciativas com DJ's, fotografias e até projeções virtuais nas arquibancadas. O Rio Grande do Sul recebeu uma ideia diferente na última quarta-feira (17): um telão gigante projetando torcedores à beira do gramado.
A Claq é uma ideia do empresário Luciano Barth Lopes, dono da Artistaria e do Porto Alegre Comedy Club. Com centenas de shows de humor adiados e marcados até o final deste ano em todo o Brasil, ele investiu em um projeto de transmissão online, para que os humoristas pudessem realizar shows sem aglomerações, neste caso, via streaming. E, recentemente, ele percebeu que a inovação poderia chegar também ao futebol.
— Apresentei para a FGF e o Inter a Claq. Propus uma ideia de inovação, alternativa de receita e tentativa de criação de uma transmissão via streaming utilizando a partida ou não. A ideia é colocar um painel de 70m de um lado a outro do campo, ou vários painéis ao redor do campo, onde até 300 mil pessoas poderiam se conectar e interagir com um interlocutor, assistir a partida e ter os seus cânticos, gritos e vaias projetados em áudio, tudo controlado através de uma central — destacou Barth Lopes.
A ideia ainda é um protótipo. Mas as partes estão se movimentando nos bastidores para que ocorra uma ação conjunta dos clubes, FGF e transmissão televisiva. De acordo com o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Luciano Hocsman, a Claq é um atrativo que pode ser implementado no retorno do estadual.
— Desde o início do ano a nossa gestão vem trabalhando no sentido de fazer com que o torcedor tenha um engajamento maior nas nossas competições. Surgiu toda esta pandemia e nós estávamos em um momento bacana da competição e começamos a pensar em como manter este torcedor engajado. O telão é algo parecido com o que foi feito na Polônia. É muito interessante. Nós tivemos um teste com um stand up comedy, com interação e sensação de estar vivendo um jogo muito próximo. Isso aproxima o atleta do torcedor. Nós precisamos avançar agora. Dei a tarefa para o nosso departamento de marketing em que, sendo viável economicamente, que pelo menos cada time do Gauchão tenha uma experiência desta– avaliou Hocsman.
O teste realizado no estádio colorado agradou membros da direção do clube e também da FGF. Agora, as negociações precisam avançar para que todos os clubes possam ser acolhidos. Vale ressaltar que esta é uma ideia que também pode ser utilizada não só para jogos, mas também em um período pós-pandemia.
— A minha ideia para o Gauchão atual são de seis estádios. Colocaríamos estruturas maiores em estádios maiores e estruturas menores em estádios menores. Nós queremos, junto à FGF, proporcionar isto para todos os clubes — disse Barth Lopes.