
É deveras simbólico que, na volta de Falcão – o maior camisa cinco da história do futebol – à casamata colorada, o camisa cinco titular em campo seja Fernando Bob – apavorantemente, o melhor camisa cinco do elenco colorado. É um sinal dos tempos. Um reflexo da má gestão. A nossa falta de time – e de elenco – grita. Urra. Esperneia.
Faz um mês que não vencemos. A última vitória veio em forma de Última Grande Mentira: aquele 2 a 0 diante do Atlético-MG, no Beira-Rio. Na tarde deste domingo (dia lindo, estádio lotado) o Inter foi amplamente dominado. Sequer finalizou a gol. Viu o líder do campeonato jogar para o gasto. Depois da vantagem no placar, bastava administrar o vergonhosamente fraco time de vermelho. O fez sem sustos.
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Do nosso lado, sobra juventude e falta bola. Sobra vontade, falta qualidade. Não dá para dizer que os jogadores ACEITAM as derrotas, pelo contrário, eles brigam – e até brigam bastante. Mas há um imenso e profundo abismo entre brigar e jogar futebol. Ferrareis, Andrigo, Sasha, Rafinha, Vitinho… pouca idade e pouquíssimo futebol apresentado.
Assim, sem jogar bola, sem demonstrar virtude que não seja a vontade, perdemos mais uma. O bola-bola voltou e, na sua reestreia, teve que assistir de pertinho a sua camisa ser usada por Fernando Bob. Não é, nem de longe, uma cena bonita de se ver. Que tempos difíceis, estes.