
A iminente saída de D'Alessandro para o River Plate, conforme noticia Zero Hora nesta quarta-feira, é uma boa notícia para o argentino e para o Inter. Mais do que ninguém, sou defensor do capitão. O que ele fez pelo clube está gravado na memória de uma geração e será contado daqui para frente como um momento especial na história do Inter. Não se trata apenas de títulos – e D'Ale tem muitos, nem vou citar aqui. Falo de algo maior. Do envolvimento com a essência colorada que poucos jogadores tiveram em todos os nossos 106 anos.
D'Alessandro entende exatamente o significado de vencer o Grêmio e tirar uma onda saudável com o rival. Sabe também o peso que dá para a camisa conquistar copas e taças internacionais. D'Alessandro é um excelente profissional, que treina como um guri e leva muito a sério a instituição que o acolheu. Você pode criticar o desempenho dele em campo, mas nunca dirá que o argentino faz corpo mole ou menospreza as cores que veste.
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Esse meia clássico, de toque refinado e gols decisivos, levou adiante, dentro do vestiário colorado, o espírito vencedor de Fernandão. Menos centrado e mais aguerrido do que o saudoso F9, D'Ale incendeia o Rio Grande do Sul desde 2008 com uma personalidade forte, sanguínea, tipicamente castelhana. Sim, castelhana, para desespero do outro lado, que sonha em ver alguém assim por lá há muito tempo.
Quantos clubes do mundo tiveram ou têm um D'Alessandro? Nós ainda o temos e devemos agradecer tudo que ele fez por nós. Em quantos momentos da tua vida, caro leitor, o D'Ale colaborou para elevar tua auto-estima e tornar teus dias mais leves?
Esqueça um pouco o cansaço dele da última temporada e faça uma revisão em sua consciência. Quantos e quantos camisas 10 tivemos que dava vontade de chorar – seja pela ruindade técnica, seja pela falta de empenho? A minha balança pende muito para o lado de D'Alessandro. E por tudo isso, acho que chegou a hora de dar adeus ao capitão.
O River Plate insiste em te-lo de volta. Ele foi criado lá, há vídeos que mostram ele criança, ao lado de Saviola e Aimar, nos bastidores do Monumental de Nuñez. Ele precisa desse reencontro com seu passado, e nós precisamos nos despedir enquanto ele ainda está em alta. Tudo na vida tem uma hora para virar, e com isso não seria diferente. O Inter precisa de um novo líder para impulsionar o clube nos próximos anos, e D'Alessandro necessita erguer uma grande taça pelo clube que o formou.
Será bom para todos e será bom para preservar a memória de um dos maiores 10 que o Inter jamais verá. Vai, D'Alessandro, estaremos sempre contigo. E, de preferência, elimina o Grêmio nesta Libertadores.
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