Luiz Zini Pires: o que o Inter pode esperar de Argel

O torcedor idolatra o técnico dito sanguíneo, o que esbraveja, gesticula, corre ao lado do gramado. Acha que ele energiza o time. Não é assim. O jogador não pensa igual. Partidas não são vencidas durante os 90 minutos, salvo exceções. São decididas antes, no trabalho, nos treinos, no CT e nas palestras.

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Ao buscar Argel, o Inter acredita na energia do treinador gaúcho, na carreira desde 2008, 40 anos de idade, 41 em três semanas. Argel é um dos bons treinadores emergentes do país. Treinava o Figueirense, recusou convites recentes do Botafogo e do Vasco. Conversou com o Palmeiras, interessou ao Santos. Era observado por clubes tradicionais do país.



Argel está pronto para o grande salto. Ainda é um treinador classificado superficialmente como de "pavio curto", "explosivo", gírias do futebol. Sempre será assim, é do seu temperamento.

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Argel é motivador, domina o vestiário, agrega, soma, ganha o grupo. O mapa do Brasil é único. Os jogadores não são profissionais o suficiente para dar sempre o máximo independentemente do professor da hora, da vez. Ganhar R$ 500 mil ou R$ 20 mil dá quase no mesmo. É preciso que alguém os empurre, puxe.

Dizer que Argel é só motivador parece pouco. Ele sabe um pouco mais de futebol, tem uma experiência interessante na Europa como jogador, diz que aprendeu um pouco com José Mourinho. É bom tático, quem ouve suas palestras elogia. Sabe organizar o sistema defensivo com qualidade, já que foi zagueiro, conhece os caminhos. Treinou times pequenos, cuidou mais da defesa, foi bem.

Com rápidas passagens pelo Brasil, Argel Fucks tem apenas um título como técnico

Técnico novo é sempre uma aposta. Com Argel não será diferente. Pelo menos o Inter busca o novo, um treinador que está com o futuro aberto. Argel oferecerá 100% ao clube, um pouco mais se preciso.

O clube inova. Não costuma apostar em suas crias e apoiá-las. Abandonou Falcão e Fernandão em dois momentos diferentes. A torcida, sempre impaciente, ainda mais agora, também será responsável pelo sucesso (ou não) de Argel.

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